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MERCADO FINANCEIRO
Especulação com cenário político contamina negociações; na BM&F, projeções para juros sobem
Bolsa gira apenas R$ 279 mi e cai 1,23%
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bolsa de Valores de São Paulo caiu 1,23% ontem e movimentou
apenas R$ 279,061 milhões. As preocupações com o cenário eleitoral influenciaram negativamente o comportamento das ações.
Na semana, o Ibovespa acumulou desvalorização de 5,5%.
A Bovespa não foi capaz de
acompanhar o excelente desempenho dos mercados norte-americanos ontem. A Bolsa eletrônica
Nasdaq e o índice Dow Jones, da
Bolsa de Nova York, funcionaram
apenas por meio período, mas fecharam em alta de 4,94% e 3,58%,
respectivamente.
Pesou forte a expectativa de que
pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais deste
ano, que seriam divulgadas neste
fim de semana, mostrem Ciro Gomes (PPS) à frente de José Serra
(PSDB) na preferência do eleitorado.
"O comportamento da Bolsa
ontem foi bastante decepcionante, em especial porque, nos EUA,
os mercados tiveram altas havia
muito tempo não vistas", diz
Maurício Zanella, diretor de derivativos do banco Lloyds TSB.
Com o clima de feriado nos Estados Unidos, o risco-país brasileiro, medido pelo índice Embi+,
do JP Morgan, fechou praticamente estável.
Encerrou o dia em 1.715 pontos,
com ligeira queda de 0,2%. No entanto, na semana o indicador acumulou alta de 12,3%.
Juros
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as projeções para
os juros voltaram a subir.
Os contratos que reúnem o
maior número de negócios, para
janeiro de 2003, passaram de
24,15% para 24,56%. As taxas de
prazo mais curto ficaram próximas da estabilidade.
Os juros subiram acompanhando o mau humor do mercado
cambial. Há o temor de que uma
alta do dólar possa impactar os
indicadores de inflação e reduzir
as possibilidades de um corte na
Selic, a taxa básica de juros da
economia, hoje em 18,5% ao ano.
Segundo Zanella, há espaço para que o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC reduzas os
juros, desde que o dólar ceda.
"Se às vésperas da reunião o dólar estiver pelo menos a R$ 2,80,
um corte pode ser feito", avalia
Zanella.
O Copom se reúne nos próximos dias 16 e 17 deste mês.
(ANA PAULA RAGAZZI)
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