São Paulo, sábado, 06 de julho de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Especulação com cenário político contamina negociações; na BM&F, projeções para juros sobem

Bolsa gira apenas R$ 279 mi e cai 1,23%

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bolsa de Valores de São Paulo caiu 1,23% ontem e movimentou apenas R$ 279,061 milhões. As preocupações com o cenário eleitoral influenciaram negativamente o comportamento das ações.
Na semana, o Ibovespa acumulou desvalorização de 5,5%.
A Bovespa não foi capaz de acompanhar o excelente desempenho dos mercados norte-americanos ontem. A Bolsa eletrônica Nasdaq e o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, funcionaram apenas por meio período, mas fecharam em alta de 4,94% e 3,58%, respectivamente.
Pesou forte a expectativa de que pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais deste ano, que seriam divulgadas neste fim de semana, mostrem Ciro Gomes (PPS) à frente de José Serra (PSDB) na preferência do eleitorado.
"O comportamento da Bolsa ontem foi bastante decepcionante, em especial porque, nos EUA, os mercados tiveram altas havia muito tempo não vistas", diz Maurício Zanella, diretor de derivativos do banco Lloyds TSB.
Com o clima de feriado nos Estados Unidos, o risco-país brasileiro, medido pelo índice Embi+, do JP Morgan, fechou praticamente estável.
Encerrou o dia em 1.715 pontos, com ligeira queda de 0,2%. No entanto, na semana o indicador acumulou alta de 12,3%.

Juros
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), as projeções para os juros voltaram a subir.
Os contratos que reúnem o maior número de negócios, para janeiro de 2003, passaram de 24,15% para 24,56%. As taxas de prazo mais curto ficaram próximas da estabilidade.
Os juros subiram acompanhando o mau humor do mercado cambial. Há o temor de que uma alta do dólar possa impactar os indicadores de inflação e reduzir as possibilidades de um corte na Selic, a taxa básica de juros da economia, hoje em 18,5% ao ano.
Segundo Zanella, há espaço para que o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC reduzas os juros, desde que o dólar ceda.
"Se às vésperas da reunião o dólar estiver pelo menos a R$ 2,80, um corte pode ser feito", avalia Zanella.
O Copom se reúne nos próximos dias 16 e 17 deste mês.
(ANA PAULA RAGAZZI)


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