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Saída de papéis
de emergentes
está mais lenta
CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL
A debandada de investidores de
papéis da dívida de países emergentes continua pela nona semana consecutiva, segundo dados da
corretora americana EmergingPortfolio.com. A novidade, entretanto, é que o ritmo de saída desses títulos está mais lento.
Na semana que terminou em 30
de junho, os investidores dos 248
fundos monitorados pela corretora retiraram US$ 37 milhões dos
mercados emergentes. As perdas
nesses papéis registraram o pico
recorde de US$ 228 milhões entre
os dias 5 e 12 de maio deste ano.
Para a EmergingPortfolio.com,
a desaceleração nas retiradas de
posição dos títulos emergentes é
reflexo de uma fase de calmaria.
Isso ocorreu por causa da elevação da taxa básica de juros americana em 0,25 ponto na semana
passada.
"Algum dinheiro deve retornar
[para os países emergentes] agora
que a incerteza sobre as intenções
do Fed [banco central dos EUA]
foi dissipada", diz relatório divulgado ontem pela corretora.
O patamar da taxa de juros norte-americana tem um papel fundamental nas decisões dos investidores internacionais. Quando
ela fica mais baixa -atualmente
está em 1,25% ao ano-, quem
procura remunerações mais altas
para seus investimentos busca refúgio em papéis de países emergentes, que, por serem considerados mais arriscados, têm taxas de
juros mais altas.
No começo deste ano, com indícios de aquecimento da economia
dos EUA, analistas começaram a
prever que o Fed seria compelido
a elevar o nível dos juros. Diante
de dúvidas sobre qual seria o grau
de arrocho da política monetária
a ser adotado pelo Fed, muitos investidores começaram a sair de
aplicações em papéis da dívida
emergente.
Mas, segundo a EmergingPortifolio.com, as intervenções das autoridades monetárias americanas
vão ser realizadas aos poucos. "A
natureza modesta desse aumento
[na taxa de juros] inicial e o fraco
desempenho do emprego nos
EUA (...) corroboram o argumento de que o aperto da política monetária será gradual", afirma a
corretora.
Esse cenário é uma boa notícia
para os emergentes. Na avaliação
da corretora, os investidores já
adotam a estratégia de ficarem
mais atentos aos desempenhos
individuais dos países e se preparar para entrar nesses mercados.
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