São Paulo, terça-feira, 06 de julho de 2004

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Saída de papéis de emergentes está mais lenta

CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL

A debandada de investidores de papéis da dívida de países emergentes continua pela nona semana consecutiva, segundo dados da corretora americana EmergingPortfolio.com. A novidade, entretanto, é que o ritmo de saída desses títulos está mais lento.
Na semana que terminou em 30 de junho, os investidores dos 248 fundos monitorados pela corretora retiraram US$ 37 milhões dos mercados emergentes. As perdas nesses papéis registraram o pico recorde de US$ 228 milhões entre os dias 5 e 12 de maio deste ano.
Para a EmergingPortfolio.com, a desaceleração nas retiradas de posição dos títulos emergentes é reflexo de uma fase de calmaria. Isso ocorreu por causa da elevação da taxa básica de juros americana em 0,25 ponto na semana passada.
"Algum dinheiro deve retornar [para os países emergentes] agora que a incerteza sobre as intenções do Fed [banco central dos EUA] foi dissipada", diz relatório divulgado ontem pela corretora.
O patamar da taxa de juros norte-americana tem um papel fundamental nas decisões dos investidores internacionais. Quando ela fica mais baixa -atualmente está em 1,25% ao ano-, quem procura remunerações mais altas para seus investimentos busca refúgio em papéis de países emergentes, que, por serem considerados mais arriscados, têm taxas de juros mais altas.
No começo deste ano, com indícios de aquecimento da economia dos EUA, analistas começaram a prever que o Fed seria compelido a elevar o nível dos juros. Diante de dúvidas sobre qual seria o grau de arrocho da política monetária a ser adotado pelo Fed, muitos investidores começaram a sair de aplicações em papéis da dívida emergente.
Mas, segundo a EmergingPortifolio.com, as intervenções das autoridades monetárias americanas vão ser realizadas aos poucos. "A natureza modesta desse aumento [na taxa de juros] inicial e o fraco desempenho do emprego nos EUA (...) corroboram o argumento de que o aperto da política monetária será gradual", afirma a corretora.
Esse cenário é uma boa notícia para os emergentes. Na avaliação da corretora, os investidores já adotam a estratégia de ficarem mais atentos aos desempenhos individuais dos países e se preparar para entrar nesses mercados.


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