São Paulo, sexta-feira, 06 de agosto de 2004

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RECUPERAÇÃO

Estimativa da ONU para região vai de 4% a 4,5%, mas cenário deve piorar em 2005; Brasil sobe de 3,3% para 3,7%

Cepal prevê crescimento maior para AL

DA REDAÇÃO

A recuperação econômica na América Latina e no Caribe é generalizada e se estende a praticamente todos os países, mas é pouco provável que a região sustente o desempenho em 2005, afirmou a Cepal (comissão econômica da ONU para a região). Em relatório divulgado ontem, o órgão revisou a estimativa de crescimento na região de 4% (dado de maio) para 4,5% neste ano.
É a segunda revisão que a Cepal anuncia desde dezembro passado, quando a estimativa para a região era de alta de 3,5%. Se confirmada a previsão atual, será a maior expansão em sete anos, impulsionada pelo conjuntura favorável no cenário internacional.
Em 2003, os países da região cresceram 1,5%, após a retração de 0,6% no ano anterior.
A previsão de expansão para o Brasil passou para 3,7%, ante 3,3% em maio. A Cepal afirma que as exportações devem continuar a contribuir para a retomada, mas que será determinante o aumento da demanda interna, como resultado da menor taxa de juros real, das melhoria das condições de financiamento e da expansão da massa salarial.
O relatório destaca como "estímulos [à retomada da região] a queda das taxas de risco soberano, o aumento dos preços das matérias-primas, a recuperação do turismo e o crescimento das exportações (excluindo o petróleo) aos EUA e a outros destinos".
O secretário-executivo da Cepal, o argentino José Luis Machinea, porém, se mostrou reticente quanto às perspectivas para 2005. "Levando em conta o cenário internacional e que as grandes taxas de crescimento de Argentina [7,1%], Uruguai [9,5%] e Venezuela [12%] em 2004 não devem se repetir, é difícil imaginar que a região voltará a crescer 4,5%."
A Cepal levanta outros perigos à continuidade da expansão na região. No plano interno, a debilidade da demanda em muitas das economias é citada como fator de ameaça. "O comportamento pouco dinâmico da absorção interna, especificamente do consumo privado", é destacado no relatório.
Os países citados por Machinea apresentam as maiores previsões para o ano, na esteira, porém, de fortes retrações em 2002.
A Argentina, por exemplo, deve crescer 7,1%, após alta de 8,6% em 2003. Mas, um ano antes, influenciada pela crise que culminou com a moratória no fim de 2001, a economia recuara 10,8%.


Com agências internacionais

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