São Paulo, quarta-feira, 06 de setembro de 2000

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FINANCIAMENTO
Contrato será assinado hoje no Rio para a aquisição de 125 ônibus produzidos pela Volvo no Paraná
BNDES emprestará US$ 13 milhões a Cuba

GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S/A

Os velhos e surrados ônibus cubanos estão sendo substituídos por novos modelos da Volvo fabricados no Brasil. O BNDES irá assinar hoje na sede do banco, no Rio, empréstimo de US$ 13 milhões ao governo cubano para a aquisição de 125 ônibus produzidos pela fábrica sueca no Paraná.
Trata-se do maior empréstimo do governo brasileiro já concedido a Cuba para compra de produtos, à exceção de alimentos.Uma comitiva do governo cubano está no Brasil para a assinatura do financiamento.
O empréstimo do BNDES será concedido dentro das regras do Exim, o braço do banco para o financiamento às exportações. Ou seja, com as mesmas condições dos créditos concedidos para a venda de aviões da Embraer e que acabaram sendo considerados ilegais pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
O turismo é hoje uma das principais fontes de renda de Cuba, ao lado do açúcar. São 2 milhões de turistas por ano que visitam a ilha e, por isso, o governo cubano está investindo forte na melhoria tanto no sistema de transporte.
Os modelos dos 150 ônibus vendidos para Cuba são do mesmo modelo daqueles fabricados na Suécia, onde fica a sede da Volvo, e que operam em diversos países europeus.
A América Central tornou-se um filão para a empresa sueca. Além de Cuba, a companhia está vendendo seus ônibus superequipados para outros países do Caribe, como a Jamaica e a República Dominicana.
O BNDES não é a única instituição oficial brasileira a conceder financiamentos para Cuba. O Banco do Brasil também possui uma linha de empréstimo de US$ 15 milhões, que acabou de ser renovada, para a compra de arroz e trigo brasileiros. O empréstimo do Banco do Brasil foi feito logo depois do furacão que devastou Cuba, há quatro anos.

Vicunha
A diretoria do BNDES exigiu garantias mais detalhadas e não aprovou o empréstimo ao grupo Vicunha, equivalente a US$ 300 milhões, necessário para o fechamento do descruzamento de participações entre a Vale do Rio Doce, a CSN e seus principais sócios.
A diretoria do banco estatal espera para hoje uma nova proposta dos interessados. Hoje, termina o prazo adicional de sete dias que os sócios da Vale e da CSN deram para o fechamento da operação.
Ontem à noite os assessores dos principais interessados no negócio (Vicunha, Previ e Bradespar) estavam reunidos para encontrar uma solução que atenda às objeções levantadas pelo banco.
Segundo a Folha apurou, a maior preocupação dos dirigentes do BNDES é evitar que aquilo que vier a ser aceito seja visto como algum tipo de favorecimento ao Vicunha. Caso as objeções do banco sejam atendidas, a diretoria do BNDES pode ser convocada extraordinariamente hoje para aprovar a operação e evitar que os sócios na Vale e na CSN tenham que publicar um fato relevante (espécie de comunicado ao mercado) prorrogando o prazo de negociação, o que poderia trazer perturbações para os papéis das empresas no mercado.
O negócio em andamento, prevê a compra pelo Vicunha das participações da Bradespar e da Previ (fundo de pensão dos empregados do Banco do Brasil) na CSN e a compra pela Previ e pela Bradespar (empresa de participações do Bradesco) da fatia que a CSN tem no controle da Vale.
Para se tornar o acionista controlador da CSN, o Vicunha precisa de financiamento de US$ 600 milhões. Desse total, Bradespar e Previ darão US$ 150 milhões na forma de parcelamento do que terão a receber; um "pool" de bancos privados, liderado pelo Unibanco e pelo BBA, entra com outros US$ 150 milhões. O restante deve ser emprestado pelo BNDES.


Colaborou a Sucursal do Rio

Texto Anterior: Panorâmica: Dell é o mais rico com menos de 40 anos
Próximo Texto: Panorâmica: Seminário discute defesa do Contribuinte
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.