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MERCOSUL
Argentino chega ao Brasil na quinta com plano de amarrar acordos de coordenação macroeconômica e integração produtiva
Lavagna vem buscar acordo estratégico
DA REDAÇÃO
O ministro da Economia da Argentina, Roberto Lavagna, chega
ao Brasil na quinta-feira em busca
de novos acordos estratégicos para o desenvolvimento industrial,
tecnológico e exportador entre os
dois países, cujas relações vêm
sendo marcadas por recorrentes
conflitos comerciais.
Lavagna se reunirá com o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) para tentar amarrar acordos de coordenação macroeconômica e de integração
produtiva que ajudem a reduzir
as tensões entre os dois principais
países do Mercosul, formado ainda por Paraguai e Uruguai.
A Argentina busca mecanismos
de emergência para situações específicas, para que as restrições
comerciais, quando surgirem, durem pouco tempo e não sejam
adotadas de maneira unilateral.
O tom da negociação deve seguir o lema adotado pelos governos dos dois países, segundo o
qual "os problemas do Mercosul
se resolvem com mais Mercosul".
O conflito comercial mais recente ocorreu em julho, quando a
Argentina anunciou medidas para proteger sua indústria de importações brasileiras de TVs e da
chamada linha branca, o que provocou queixas dos brasileiros. Ficou estabelecido então que os
dois lados negociarão limitações
voluntárias das exportações brasileiras à Argentina.
O secretário de Relações Econômicas Internacionais da Argentina, Martín Redrado, afirmou que,
"com os eletrodomésticos, a Argentina enviou uma luz amarela
ao Brasil, para dizer que nos falta
um projeto de complementação
de nossos setores produtivos".
O problema tem sua origem na
disparidade de políticas e escalas
produtivas dos países, cujas conseqüências não se limitam ao comércio, pois influem na atração
de investimentos externos. Fontes
argentinas citam o fato de, nos últimos anos, as montadoras terem
instalado 21 plataformas no Brasil
e somente duas na Argentina.
O secretário argentino da Indústria, Alberto Dumont, disse na
sexta, em reunião com líderes da
central industrial UIA, que a integração deve ajudar a Argentina a
consolidar um perfil industrial.
"O processo deve estar a serviço
da consolidação de um perfil industrial do país, de acordo com
nossas forças competitivas, com a
complementaridade e a colaboração dos demais países do bloco."
O governo do presidente Néstor
Kirchner dá grande relevância às
conversações de Lavagna, assim
como a outras destinadas a uma
maior institucionalização do bloco, a ponto de algumas autoridades argentinas verem a possibilidade de um "novo Mercosul".
O subsecretário de Integração
Econômica Americana e do Mercosul, Eduardo Sigal, disse na sexta que "se está trabalhando muito
para que no fim do ano tenhamos
um novo Mercosul, comercial e
institucionalmente consolidado".
"Estamos trabalhando pela incorporação de mecanismos compensatórios contra desvios de comércio no caso de desvalorizações ou desequilíbrios macroeconômicos, em acordos de energia
regionais, na eliminação da dupla
taxação e na criação de um fundo
de convergência estrutural para a
redução das assimetrias entre os
países-membros", disse Sigal.
A visita de Lavagna estava prevista para 30 de agosto, mas foi
suspensa por causa da visita do
diretor-gerente do FMI, Rodrigo
Rato, que depois esteve no Brasil.
Com a France Presse
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