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Estrangeiro tirou R$ 5,6 bi da Bovespa desde maio
Somente em agosto, saldo ficou negativo em R$ 1,2 bi
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bovespa amargou em agosto seu quarto mês seguido de
saída de recursos de estrangeiros. Entre maio e agosto, os estrangeiros mais venderam que
compraram ações na Bolsa de
Valores de São Paulo em um
montante de R$ 5,63 bilhões.
Somente no mês passado, o
saldo das operações feitas com
recursos externos na Bolsa ficou negativo em R$ 1,20 bilhão.
Esses números mostram
que, apesar de o Fed (o BC dos
EUA) ter deixado de elevar os
juros do país em sua última
reunião, no mês passado, os investidores estrangeiros não
deixaram de se desfazer dos papéis de companhias brasileiras.
Com o fim do período de férias no hemisfério Norte e os
últimos dados da economia
norte-americana conhecidos
-que trouxeram um pouco de
tranqüilidade ao mercado-,
espera-se que este mês seja de
recuperação.
"Um cenário mais positivo
para este mês foi delineado,
com a paulatina confirmação
do fim da alta dos juros americanos. Essa perspectiva deve
elevar a demanda por ativos de
maior risco, como títulos e Bolsas de Valores de países emergentes, sendo o Brasil um dos
principais alvos", avalia a UpTrend Consultoria Econômica.
Ontem, o risco-país brasileiro registrou forte queda, sinal
de que os estrangeiros podem
estar voltando a comprar papéis do país. Em baixa de
4,04%, o indicador foi a 214
pontos. O risco argentino recuou 4,08% (a 306 pontos), e o
mexicano, 3,57%, a 112 pontos.
Os estrangeiros se mantiveram como a categoria que mais
negócios realiza na Bovespa, ao
representar 33,84% do volume
girado em agosto.
No pregão de ontem, a Bovespa registrou baixa 0,86%.
A queda da ação mais negociada do dia, a preferencial da
Petrobras, colaborou para a Bovespa recuar. O papel concentrou 12,10% dos negócios feitos
ontem e teve baixa de 1,24%.
O anúncio, feito na segunda-feira pelo governo, da ampliação do programa de resgate antecipado de títulos da dívida externa brasileira trouxe alguma
pressão ao mercado de câmbio
ontem. A notícia gerou expectativa de que poderá haver aumento das aquisições de dólares feitas pelo Banco Central e
pelo Tesouro no mercado, o
que significaria elevação da demanda por dólares.
Ontem, a moeda subiu 0,42%
e fechou a R$ 2,133.
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