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Nas indústrias, sinal de retomada ainda não anima
EDUARDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A recuperação econômica
que começou a se desenhar
no segundo trimestre e elevou o otimismo dos empresários ainda não é suficiente
para que os planos de investimentos sejam retomados.
À exceção da indústria automobilística, que bateu recordes em vendas e conseguiu manter os planos de
ampliação, quase todos os
outros setores ainda apresentam um nível elevado de
ociosidade nas fábricas.
"Não existe necessidade de
ampliação da capacidade enquanto a indústria não superar aquele patamar de produção anterior à crise, até
porque muitos investimentos que já estavam em andamento foram concluídos em
plena recessão", explica o
presidente da Abimei (Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais), Thomas Lee.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, as
importações de bens de capital de janeiro a julho de 2009
foram 17,56% menores do
que as registradas no mesmo
período de 2008.
Para ele, a queda no segundo semestre deverá chegar a
50% e nem o câmbio valorizado, que em tese favoreceria a importação de bens de
capital, terá impacto na decisão dos industriais. "Ninguém compra máquina para
ficar parada no pátio da fábrica sendo comida pelos juros", afirma.
O economista-chefe da
CNI (Confederação Nacional da Indústria), Flávio Castelo Branco, ressalta que a
utilização da planta instalada
na indústria segue abaixo
dos 80% mesmo com a melhora no consumo interno,
porque o efeito mais perverso da crise ocorreu nas exportações. "O ciclo de investimentos é diretamente relacionado à demanda externa,
que ainda está longe de uma
recuperação sólida", analisa.
A Abimaq (Associação
Brasileira da Indústria de
Máquinas e Equipamentos)
estima que a queda nas vendas em 2009 ante o ano passado chegue a R$ 16 bilhões.
Fabricantes e importadores de máquinas esperam
que, com o aumento das vendas proporcionado pela redução de IPI, setores como o
de eletrodomésticos puxem
os investimentos em 2010.
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