São Paulo, domingo, 06 de setembro de 2009

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Nas indústrias, sinal de retomada ainda não anima

EDUARDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A recuperação econômica que começou a se desenhar no segundo trimestre e elevou o otimismo dos empresários ainda não é suficiente para que os planos de investimentos sejam retomados.
À exceção da indústria automobilística, que bateu recordes em vendas e conseguiu manter os planos de ampliação, quase todos os outros setores ainda apresentam um nível elevado de ociosidade nas fábricas.
"Não existe necessidade de ampliação da capacidade enquanto a indústria não superar aquele patamar de produção anterior à crise, até porque muitos investimentos que já estavam em andamento foram concluídos em plena recessão", explica o presidente da Abimei (Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais), Thomas Lee.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, as importações de bens de capital de janeiro a julho de 2009 foram 17,56% menores do que as registradas no mesmo período de 2008.
Para ele, a queda no segundo semestre deverá chegar a 50% e nem o câmbio valorizado, que em tese favoreceria a importação de bens de capital, terá impacto na decisão dos industriais. "Ninguém compra máquina para ficar parada no pátio da fábrica sendo comida pelos juros", afirma.
O economista-chefe da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Flávio Castelo Branco, ressalta que a utilização da planta instalada na indústria segue abaixo dos 80% mesmo com a melhora no consumo interno, porque o efeito mais perverso da crise ocorreu nas exportações. "O ciclo de investimentos é diretamente relacionado à demanda externa, que ainda está longe de uma recuperação sólida", analisa.
A Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) estima que a queda nas vendas em 2009 ante o ano passado chegue a R$ 16 bilhões.
Fabricantes e importadores de máquinas esperam que, com o aumento das vendas proporcionado pela redução de IPI, setores como o de eletrodomésticos puxem os investimentos em 2010.


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