São Paulo, quarta-feira, 06 de outubro de 2004

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COMÉRCIO

Empresariado prefere adiar acordo com UE

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Industriais e representantes do agronegócio concluíram ontem que é preferível estender as negociações entre o Mercosul e a União Européia a firmar um acordo ruim para o empresariado nacional. A data inicialmente prevista para o fechamento do acordo bilateral de comércio entre os dois blocos é o dia 31 deste mês.
A posição dos empresários foi firmada ontem em reunião da Coalizão Empresarial Brasileira, na sede da Confederação Nacional da Indústria, em Brasília. Segundo o coordenador da coalizão, Osvaldo Dout, a oferta feita pela UE, na semana passada, ao Mercosul é um retrocesso em relação ao que foi apresentado ao bloco do Cone Sul em Bruxelas, em meados deste ano, e torna muito difícil que o acordo seja concluído no prazo previsto.
"Acho muito difícil resolver os problemas colocados por vários setores [indústria e agronegócio] até o final deste mês", disse.
Um dos principais aspectos com os quais os empresários brasileiros não concordam são as chamadas regras de origem adotadas pela União Européia para caracterizar o que são produtos europeus.
Segundo industriais brasileiros, empresas européias têm importado produtos de outros países, agregado pouco valor a essas mercadorias, reexportando-as como se fossem produzidas na UE e contando com benefícios previstos nos acordos bilaterais de comércio.
Um dos exemplos dados foi o da indústria italiana de calçados, que estaria vendendo como produtos nacionais sapatos que contam apenas com sola fabricada no país. O Brasil quer que haja regras de origem mais restritas e claras.
Do lado do setor agrícola, um dos principais pontos rejeitados é a questão das cotas de importação para determinados produtos.


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