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Após retração no 1º trimestre, crédito liberado pelo BNDES cresce só 1% no ano
BRUNO GARSCHAGEN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) concedeu apenas 1%
a mais em crédito de janeiro a
setembro deste ano em relação
a igual período do ano passado.
Nos primeiros nove meses de
2006, o BNDES liberou, em desembolso, R$ 31,481 milhões.
O resultado se deve à queda
de 28,4% no primeiro trimestre, segundo o presidente do
banco, Damien Fiocca. "Se avaliarmos o índice de crescimento levando em consideração os
resultados do primeiro trimestre de 2006, quando a desaceleração da economia no fim do
ano passado afetou negativamente nosso desempenho, podemos dizer que conseguimos
uma boa recuperação."
Os setores que registraram
quedas mais significativas foram agropecuária (-22%), infra-estrutura (-9%), pessoa física (-29%) e micro e pequena
empresa (-10%). Neste último ,
frisou Fiocca, o número de operações cresceu 22%, sinalizando aumento da base de clientes.
O Sudeste, onde se concentra
o maior número de empresas,
abocanhou a maioria dos desembolsos (61%) e das aprovações de projetos (66%). O Sul ficou em segundo, com 20% e
19%, respectivamente. O segmento industrial foi o que obteve maior crescimento nos desembolsos, com alta de 10,18%
e crédito de R$ 16,5 bilhões.
Fiocca destacou o crescimento de 31% no número de
aprovações de crédito no período de janeiro a setembro. E festejou o aumento de 8% no número de consultas, que, afirmou, refletem de forma mais
precisa o momento econômico
e o desempenho do banco.
Foco no resultado positivo
Na entrevista coletiva concedida na sede do banco, no centro do Rio, o enfoque maior foi
dado à análise do terceiro trimestre do ano, com resultados
mais favoráveis. No quesito desembolso, houve crescimento
de 18,2% de julho a setembro
na comparação com o mesmo
período de 2005.
O banco já havia registrado
aumento de 8,8% ao cotejar o
segundo trimestre deste ano
com o do ano passado. Foram
esses dois resultados que permitiram a recuperação no acumulado de janeiro a setembro.
O assessor de planejamento
do BNDES, Francisco Eduardo
de Souza, credita o aumento no
terceiro trimestre a três fatores
principais: recuperação da economia, queda dos juros cobrados pelo banco e estabilização
do câmbio. A Taxa de Juros de
Longo Prazo (TJLP) caiu de
9,75%, em 2005, para 6,85% no
quarto trimestre do ano, e os
"spreads" médios estão 1,1% menor. "Os fundamentos parecem
apontar para uma tendência de
crescimento da liberação de
crédito pelo banco e consulta
para o futuro próximo."
O orçamento máximo do
BNDES em 2006 é de R$ 56 bilhões. Em 2005, foi de R$ 47 bilhões. O banco já trabalha no
orçamento de 2007, mas Fiocca não quis antecipar números,
embora admita trabalhar com
previsão de crescimento.
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