São Paulo, sexta-feira, 06 de outubro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Após retração no 1º trimestre, crédito liberado pelo BNDES cresce só 1% no ano

BRUNO GARSCHAGEN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) concedeu apenas 1% a mais em crédito de janeiro a setembro deste ano em relação a igual período do ano passado. Nos primeiros nove meses de 2006, o BNDES liberou, em desembolso, R$ 31,481 milhões.
O resultado se deve à queda de 28,4% no primeiro trimestre, segundo o presidente do banco, Damien Fiocca. "Se avaliarmos o índice de crescimento levando em consideração os resultados do primeiro trimestre de 2006, quando a desaceleração da economia no fim do ano passado afetou negativamente nosso desempenho, podemos dizer que conseguimos uma boa recuperação."
Os setores que registraram quedas mais significativas foram agropecuária (-22%), infra-estrutura (-9%), pessoa física (-29%) e micro e pequena empresa (-10%). Neste último , frisou Fiocca, o número de operações cresceu 22%, sinalizando aumento da base de clientes.
O Sudeste, onde se concentra o maior número de empresas, abocanhou a maioria dos desembolsos (61%) e das aprovações de projetos (66%). O Sul ficou em segundo, com 20% e 19%, respectivamente. O segmento industrial foi o que obteve maior crescimento nos desembolsos, com alta de 10,18% e crédito de R$ 16,5 bilhões.
Fiocca destacou o crescimento de 31% no número de aprovações de crédito no período de janeiro a setembro. E festejou o aumento de 8% no número de consultas, que, afirmou, refletem de forma mais precisa o momento econômico e o desempenho do banco.

Foco no resultado positivo
Na entrevista coletiva concedida na sede do banco, no centro do Rio, o enfoque maior foi dado à análise do terceiro trimestre do ano, com resultados mais favoráveis. No quesito desembolso, houve crescimento de 18,2% de julho a setembro na comparação com o mesmo período de 2005.
O banco já havia registrado aumento de 8,8% ao cotejar o segundo trimestre deste ano com o do ano passado. Foram esses dois resultados que permitiram a recuperação no acumulado de janeiro a setembro.
O assessor de planejamento do BNDES, Francisco Eduardo de Souza, credita o aumento no terceiro trimestre a três fatores principais: recuperação da economia, queda dos juros cobrados pelo banco e estabilização do câmbio. A Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) caiu de 9,75%, em 2005, para 6,85% no quarto trimestre do ano, e os "spreads" médios estão 1,1% menor. "Os fundamentos parecem apontar para uma tendência de crescimento da liberação de crédito pelo banco e consulta para o futuro próximo."
O orçamento máximo do BNDES em 2006 é de R$ 56 bilhões. Em 2005, foi de R$ 47 bilhões. O banco já trabalha no orçamento de 2007, mas Fiocca não quis antecipar números, embora admita trabalhar com previsão de crescimento.


Texto Anterior: Previsão para o PIB continua em 4%, diz Mantega
Próximo Texto: Com menos dias úteis, setembro tem queda na produção e na venda de carros
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.