São Paulo, sábado, 06 de outubro de 2007

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Bovespa fecha semana com ganhos de 3%

Dados do mercado de trabalho americano animam investidores, e Bolsa avança 3,17%; NY termina acima de 14 mil pontos

Dólar volta a recuar e fecha semana cotado a R$ 1,805, seu menor valor em mais de sete anos; expectativa é que o BC retome atuações

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O aguardado relatório do mercado de trabalho norte-americano foi bem recebido ontem e permitiu que as Bolsas retomassem a rota de alta. A Bovespa terminou a semana próxima de seu pico histórico, devido à valorização de 3,17% marcada no pregão de ontem.
O mesmo ocorreu nos EUA. O índice Dow Jones subiu 0,66% ontem e voltou a operar acima dos históricos 14 mil pontos. A Nasdaq teve valorização de 1,71% no último pregão da semana.
Os mercados abriram ontem animados com os dados positivos do mercado de trabalho americano (leia ao lado). A maior economia do mundo registrou aumento de 110 mil postos de trabalho em setembro, após elevação de 89 mil em agosto. Analistas temiam desaceleração na criação de vagas no mês passado.
Segundo André Segadilha, gerente de análise da Prosper Corretora, "a divulgação dos dados do mercado de trabalho nos EUA, com o "payroll" [vagas de trabalho criadas] surpreendendo para melhor e o desemprego em linha com o esperado", favoreceram a abertura em alta dos mercados.
O dólar voltou a ser negociado em seu mais baixo nível em mais de sete anos: caiu 1,15% ontem e fechou vendido a R$ 1,805. No ano, a depreciação da moeda americana diante do real alcança 15,5%.
O forte fluxo de recursos para o país neste ano, tanto no segmento comercial como no financeiro, tem derretido a cotação do dólar. A moeda dos Estados Unidos também tem sofrido um processo de depreciação diante de outras divisas pelo mundo, como o euro.
O que os investidores aguardam agora, com a moeda americana ameaçando cair abaixo de R$ 1,80, é que o Banco Central retome suas atuações para tentar deter a apreciação exagerada do real. Até meados de agosto, o BC estava realizando, praticamente em todas as sessões, leilões para comprar moeda estrangeira dos bancos.
A atuação foi suspensa devido às turbulências que abalaram o mercado e empurraram o dólar para mais de R$ 2.

Ações valorizadas
A Bolsa de Valores de São Paulo fechou ontem a 62.318 pontos, bem perto de sua máxima, que são os 62.340 pontos de segunda. A alta acumulada na semana foi de 3,06%, o que levou a valorização registrada em 2007 para 40,12%. A pontuação acompanha a oscilação dos preços das ações.
Na semana, houve 44 altas registradas dentre as 63 ações que formam o índice Ibovespa, o mais relevante do mercado.
As líderes do Ibovespa na semana foram as ações Natura ON (17,77%), Lojas Renner ON (11,44%) e Cosan ON (10,40%).
O que pode atrapalhar um pouco o forte ritmo da Bovespa é a percepção crescente do mercado de que a taxa básica de juros da economia, a Selic, poderá ser mantida inalterada na reunião do Copom deste mês, marcada para os dias 16 e 17. Para o mercado acionário, juros em patamares menores costumam ser mais favoráveis.
"Considerando as preocupações do Banco Central com o quadro de atividade e inflação, parece que uma parada técnica no ciclo de flexibilização da política monetária está mais próxima do que esperávamos anteriormente. Sustentamos nosso cenário de nova queda de 0,25 ponto na Selic neste mês. No entanto reconhecemos que aumentaram as chances de uma parada já neste mês", afirmou Maristella Ansanelli, economista-chefe do banco Fibra.


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