São Paulo, segunda-feira, 06 de outubro de 2008

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Problemas com bancos se espalham por toda a Europa

DA REDAÇÃO

Governos e banqueiros europeus tiveram um final de semana de negociações frenéticas para salvar instituições do continente, lutando contra o tempo para evitar novos colapsos na abertura dos mercados hoje.
Tarde da noite de ontem, o premiê belga, Yves Laterme, disse que o banco francês BNP Paribas chegou um acordo com as autoridades para ficar com 75% do banco Fortis na Bélgica e em Luxemburgo, com os governos dos dois países ficando com o restante. O plano tornará o governo belga o maior acionista do BNP Paribas, com cerca de 10% das ações e com direito a veto nas suas operações.
A medida ocorreu após o governo holandês ter anunciado a nacionalização das atividades do Fortis em seu território na sexta-feira, a um custo de 16,8 bilhões, prejudicando um pacote de socorro trinacional fechado uma semana antes e visto como sinal de cooperação entre os três países.
Na Itália, o banco UniCredit, o segundo maior do país, anunciou ontem que pedirá 3 bilhões de aporte aos acionistas e que reduzirá os dividendos.
Na Dinamarca, o governo e os bancos acertaram um pacote de socorro, segundo a TV local, que criará fundo de 4 bilhões para garantir os depósitos dos clientes, sem limites, em caso de quebra de banco.
Na Islândia, o governo reuniu bancos e fundos de pensão e buscava recursos no exterior para o sistema financeiro.
A UE deve reduzir os limites de endividamento dos países do bloco para que seus governos possam gastar mais dinheiro no socorro a bancos.
Os governos da região têm injetado bilhões de euros no sistema, tentando assegurar aos correntistas que seu dinheiro está seguro e relaxar o congelamento do crédito.
O secretário do Tesouro britânico, Alistair Darling, disse que o país estava "pronto para tomar medidas muito grandes que não tomaríamos normalmente". Londres já nacionalizou duas instituições de crédito hipotecário, o Northern Rock e o Bradford & Bingley.
"A indústria bancária européia está sentindo o vento do calote soprando do outro lado do Atlântico", disse Axel Pierron, da consultoria Celent.
A economia européia parece caminhar para uma recessão, já instalada na França e na Irlanda. Com isso, cresce a pressão para que os bancos centrais dos EUA e da Europa -que já injetaram centenas de bilhões de dólares para irrigar os mercados- façam cortes de juros emergenciais. O Banco da Inglaterra se reúne nesta semana e há expectativa de que reduza a taxa básica do país.


Com agências internacionais


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