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Problemas com bancos se espalham por toda a Europa
DA REDAÇÃO
Governos e banqueiros europeus tiveram um final de semana de negociações frenéticas
para salvar instituições do continente, lutando contra o tempo para evitar novos colapsos
na abertura dos mercados hoje.
Tarde da noite de ontem, o
premiê belga, Yves Laterme,
disse que o banco francês BNP
Paribas chegou um acordo com
as autoridades para ficar com
75% do banco Fortis na Bélgica
e em Luxemburgo, com os governos dos dois países ficando
com o restante. O plano tornará
o governo belga o maior acionista do BNP Paribas, com cerca de 10% das ações e com direito a veto nas suas operações.
A medida ocorreu após o governo holandês ter anunciado a
nacionalização das atividades
do Fortis em seu território na
sexta-feira, a um custo de 16,8
bilhões, prejudicando um pacote de socorro trinacional fechado uma semana antes e visto como sinal de cooperação
entre os três países.
Na Itália, o banco UniCredit,
o segundo maior do país, anunciou ontem que pedirá 3 bilhões de aporte aos acionistas e
que reduzirá os dividendos.
Na Dinamarca, o governo e
os bancos acertaram um pacote de socorro, segundo a TV local, que criará fundo de 4 bilhões para garantir os depósitos dos clientes, sem limites,
em caso de quebra de banco.
Na Islândia, o governo reuniu bancos e fundos de pensão
e buscava recursos no exterior
para o sistema financeiro.
A UE deve reduzir os limites
de endividamento dos países
do bloco para que seus governos possam gastar mais dinheiro no socorro a bancos.
Os governos da região têm
injetado bilhões de euros no
sistema, tentando assegurar
aos correntistas que seu dinheiro está seguro e relaxar o
congelamento do crédito.
O secretário do Tesouro britânico, Alistair Darling, disse
que o país estava "pronto para
tomar medidas muito grandes
que não tomaríamos normalmente". Londres já nacionalizou duas instituições de crédito hipotecário, o Northern
Rock e o Bradford & Bingley.
"A indústria bancária européia está sentindo o vento do
calote soprando do outro lado
do Atlântico", disse Axel Pierron, da consultoria Celent.
A economia européia parece
caminhar para uma recessão, já
instalada na França e na Irlanda. Com isso, cresce a pressão
para que os bancos centrais dos
EUA e da Europa -que já injetaram centenas de bilhões de
dólares para irrigar os mercados- façam cortes de juros
emergenciais. O Banco da Inglaterra se reúne nesta semana
e há expectativa de que reduza
a taxa básica do país.
Com agências internacionais
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