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Estrangeiro coloca R$ 4 bi na Bolsa de SP em setembro
Volume é o 2º maior em 16 meses; Dólar cai para R$ 1,76
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O capital externo continua
em forte ritmo em direção ao
mercado doméstico. Em setembro, R$ 4,04 bilhões líquidos desembarcaram na Bovespa. Foi o segundo melhor desempenho nesse quesito nos
últimos 16 meses.
Ontem a Bovespa terminou
as operações com ganhos de
1,96%. Segundo operadores do
mercado, a presença de estrangeiros no pregão foi novamente
relevante. O dólar, por sua vez,
encerrou vendido a R$ 1,761,
após recuar 0,96%.
Como a demanda por dólares
é baixa neste momento, a contínua entrada de capital externo no mercado tem empurrado
a cotação para níveis cada vez
menores. O valor da moeda de
ontem é o menor em 12 meses.
Para a Bolsa de Valores, o interesse dos investidores estrangeiros por ações brasileiras
é fundamental porque eles representam a maior categoria do
mercado -respondem por 35%
do total de operações feitas na
Bovespa em 2009.
O índice Ibovespa (formado
pelas 63 ações mais negociadas) atingiu ontem os 62.369
pontos, seu mais elevado patamar desde julho de 2008. No
ano, o Ibovespa acumula apreciação de 66,1%. Para o estrangeiro, o ganho na Bolsa é ainda
mais expressivo. Isso porque,
além da alta das ações, há o impacto cambial. Em dólares, a
valorização do Ibovespa em
2009 supera os 115%.
"Esse movimento de vinda
de capital externo para o mercado local ainda vai seguir por
um bom tempo. Não podemos
esquecer que os reflexos positivos da conquista do "investment grade" foram abafados pela crise internacional, havendo
ainda bastante espaço para repercussão", diz Pedro Paulo
Silveira, economista-chefe da
Gradual Investimentos. "A percepção de que a economia brasileira está se recuperando
mais rapidamente que as outras também favorece o interesse pelos ativos do país."
O que o mercado brasileiro
tem vivido neste momento é
uma reversão do que ocorreu
no segundo semestre do ano
passado, quando a crise atingiu
seu ápice e fez o capital externo
debandar. Em 2008, o saldo das
operações feitas por estrangeiros na Bolsa ficou negativo em
R$ 24,6 bilhões -ou seja, mais
venderam que compraram
ações nesse montante.
Neste ano, o balanço dos negócios externos na Bovespa está positivo em R$ 18 bilhões
-cifra nunca antes registrada.
A operação gigante de oferta
de ações do banco Santander
-que pode movimentar mais
de R$ 15 bilhões e ter uma adesão elevada de estrangeiros-
promete fortalecer a entrada
de dólares na Bolsa. Além dessa, há outras ofertas menores
de ações, como as da Rossi Residencial e da PDG Realty, que
também devem merecer atenção do investidor externo.
A escolha, na sexta, do Rio de
Janeiro para sediar as Olimpíadas de 2016 reforçou o otimismo com a economia do país.
No pregão de ontem, ações
de alguns setores que, em tese,
tendem a se beneficiar mais
com a realização do evento voltaram a se destacar. Os papéis
PN da Gerdau, importante fornecedora de aço para o setor de
construção civil, terminaram o
dia com alta de 3,93%. Apenas
nos últimos dois pregões, o papel saltou 7,31%.
No topo do Ibovespa ontem,
ficaram papéis do setor de varejo. A ação ON da B2W teve
ganhos de 7,31%; Lojas Renner
PN subiu 6,67%; e Lojas Americanas PN teve alta de 4,24%.
A apresentação de dados econômicos nos EUA também ajudou o mercado. O índice Dow
Jones, um dos principais de
Wall Street, terminou com valorização de 1,18%. A Bolsa de
Londres subiu 0,71%.
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