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Pasta deverá ficar com 40 funcionários; diretoria do novo órgão é empossada em Brasília
Anatel esvazia ministério de Motta
FERNANDO GODINHO
da Sucursal de Brasília
O governo iniciou ontem um
processo de esvaziamento do
Ministério das Comunicações
com a instalação da Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações), que é o órgão regulador do setor com autonomia administrativa e financeira.
O conselho diretor da Anatel,
empossado ontem, herdou do
ministério os poderes de outorga, regulamentação e fiscalização das telecomunicações.
Em 1998, a agência absorverá
as atividades de radiodifusão e se
chamará Anacom (Agência Nacional de Comunicações).
"Além da agência, instalamos
hoje um novo ministério, que
praticamente se reduz pela metade", disse ontem o ministro Sérgio Motta (Comunicações), após
empossar os cinco integrantes
do conselho diretor da Anatel.
Ele disse que o ministério ainda
controla os serviços postais e de
radiodifusão, por meio de duas
secretarias técnicas.
Mas, caso o Congresso aprove
os projetos de lei que serão enviados para regulamentar a privatização e a fiscalização desses
setores, a pasta de Motta deixará
de ter controle sobre eles.
"O ministério ficará reduzido
a 40 pessoas e será responsável
pela coordenação de políticas do
setor. Nosso objetivo é chegar a
um Estado voltado para cumprir
seu papel social", disse Motta.
Padrinho
Apesar de perder atribuições
para a Anatel como ministro das
Comunicações, Motta manterá
uma forte influência sobre o
conselho diretor da agência.
Dos cinco diretores escolhidos,
quatro são ligados diretamente a
ele -inclusive o presidente da
agência, Renato Guerreiro, que
até ontem era o secretário-executivo do ministério.
Guerreiro chegou a representar Motta no Congresso durante
as discussões sobre a Lei Geral
das Comunicações. Os demais
diretores -com exceção de Luis
Francisco Perrone- estavam
trabalhando em cargos de confiança do ministério.
Sérgio Motta confirmou ontem
que o BNDES divulgará no próximo dia 10 os editais para a contratação das empresas que avaliarão o sistema Telebrás, que
deverá ser privatizado ainda no
primeiro semestre de 98.
Ele reafirmou que o edital de
privatização restringirá a participação de estatais estrangeiras e
induzirá a formação de consórcios com capital nacional.
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