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PT pode pedir adiamento do leilão do Besc
GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O coordenador do PT para a
transição de governo, Antônio
Palocci Filho, disse ontem que
o partido pode pedir o adiamento do leilão de privatização
do Besc (Banco do Estado de
Santa Catarina), marcado para
16 de dezembro.
"Se nós entendermos que é
melhor para o Estado, podemos pedir o adiamento", disse
Palocci. O PT de Santa Catarina
faz pressão pela devolução do
banco, federalizado no processo de renegociação de dívidas,
ao Estado.
Com preço mínimo de R$
520 milhões, o Besc é o mais
importante dos quatro ex-bancos estaduais com privatização
marcada para este ano -os
outros são os de Piauí, Maranhão e Ceará. A continuidade
do programa de vendas de
bancos públicos está prevista
no acordo firmado com o FMI.
A cúpula do PT, até o momento, não se manifestou
abertamente contra a venda do
Besc, mas, em sua história, o
partido resistiu ao processo de
privatização. O argumento oficial, hoje, é que o momento
atual, de estagnação da economia, pode não ser o mais propício para o negócio.
Esse argumento foi usado pelo senador eleito Aloizio Mercadante (PT-SP).
Segundo o presidente do PT,
deputado José Dirceu (SP), o
assunto será discutido hoje entre o governador eleito de Santa
Catarina, Luiz Henrique
(PMDB), e o presidente eleito,
Luiz Inácio Lula da Silva, em
Brasília.
Luiz Henrique, que apoiou
Lula na campanha eleitoral, é
contrário à privatização, posição que também foi encampada pelo atual governador, Esperidião Amin (PPB).
O lobby foi reforçado ontem
pelo deputado Carlito Merss e
pela senadora eleita Ideli Salvatti, ambos do PT catarinense,
que se encontraram com Palocci no prédio do Banco do
Brasil cedido pelo governo para os trabalhos da transição.
O BC, responsável pela organização do leilão, tem ignorado, ao menos oficialmente, a
pressão política. O BC divulgou, na semana passada, o edital de privatização.
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