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São Paulo, quinta-feira, 06 de novembro de 2003

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Tesouro dos EUA dá apoio e chama Brasil de "exemplar"

DA REPORTAGEM LOCAL

O Departamento do Tesouro dos EUA saudou o Brasil pelo anúncio do novo acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional). Segundo o Tesouro, o país cumpriu de maneira exemplar as metas do atual acordo.
Em nota divulgada ontem à noite, o Tesouro informa que apoiará a aprovação do acordo quando ele for à votação no conselho do Fundo. Os EUA são os principais acionistas do FMI.
"O Brasil fez um progresso notável ao recuperar a estabilidade macroeconômica e reduzir vulnerabilidades. Seu desempenho sob o programa do FMI tem sido exemplar", diz a nota.

Mercado aprova
Os detalhes do novo acordo não surpreenderam o mercado. Mas um ponto que poderá desagradar a economistas mais ortodoxos é a compensação do maior superávit fiscal primário por um esforço mais modesto em 2004.
Para Júlio Gomes de Almeida, diretor-executivo do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), tudo indica que o país não terá problemas para financiar o alto volume de dívidas que vencem em 2004. Mas, por precaução, diz ele, o ideal seria uma "blindagem" maior.
"A princípio, não teremos problemas. Mas o tamanho da encrenca é grande: vencem cerca de US$ 40 bilhões de dívidas privadas", afirma ele.
Segundo Alexandre Maia, economista-chefe da GAP Asset Management, o acordo não trouxe nenhuma surpresa e é uma boa notícia para o país. "Veio rigorosamente em linha com o que o mercado esperava", afirma Maia.
O único ponto que desagradou aos economistas mais ortodoxos é a decisão de compensar o superávit fiscal primário que ultrapassará os 4,25% do PIB (Produto Interno Bruto) acertados com o FMI neste ano com uma meta ligeiramente menor em 2004.
Segundo Luís Eduardo Assis, presidente do HSBC Investment Bank, a renovação do programa do país com o Fundo terá o papel de gerar expectativas mais favoráveis. "A queda do risco-país é sinal de que isso contribui para melhorar a credibilidade do governo", afirma.


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