São Paulo, sábado, 06 de novembro de 2004

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Distribuidora eleva preço do álcool e da gasolina

EDUARDO CUCOLO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA

As distribuidoras realizaram ontem um novo aumento nos preços dos combustíveis. A elevação no custo do álcool hidratado para os postos revendedores foi em média de 14%, enquanto a da gasolina foi de 2,9%, segundo dados do Sincopetro (sindicato dos postos de São Paulo).
O reajuste se deve ao aumento do álcool no mercado agrícola, que influencia o preço dos dois combustíveis -a gasolina é composta por 25% de álcool.
Esse aumento se deve a questões relacionadas à safra da cana-de-açúcar, que está nos seus últimos meses, e à oferta e à demanda no mercado interno.
"Diante disso, é esperado um aumento proporcional dos preços desses dois combustíveis nas bombas nos próximos dias", diz a nota divulgada pelo sindicato.
O reajuste vem se somar ao aumento promovido pela Petrobras no último dia 14, de 4% para a gasolina e de 6% para o diesel. Nesse caso, o motivo foi o preço do petróleo do mercado internacional. Segundo dados da Fipe, esse aumento já se refletiu em uma alta média de 2,83% nos postos de São Paulo nas últimas semanas.
A expectativa agora para o consumidor é de um novo aumento por conta da Petrobras. Na última quinta-feira, a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, afirmou que a estatal está "acelerando" o processo de decisão sobre o aumento da gasolina, mas que não há prazo para isso acontecer. A Petrobras indica que deverá, na próxima semana, concluir estudos sobre o mercado, o que servirá de base para definir o tamanho do reajuste.

Álcool
Segundo a Unica (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo), embora os valores do álcool estejam em alta, os preços ao consumidor continuam competitivos, ao redor de 55% do valor da gasolina, no caso de São Paulo.
De acordo com dados da Esalq/ USP, o preço do álcool hidratado passou de R$ 0,34 por litro em março para R$ 0,826 por litro na última semana de outubro -uma variação de 1,83% somente em relação à semana anterior.
A colheita de álcool é sazonal, realizada em seis meses para atender à demanda ao longo do ano. Além disso, a ausência de estoques reguladores causa alta volatilidade de preços. As distribuidoras, por exemplo, compram álcool para garantir o abastecimento de, no máximo, sete dias.


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