A CPI dos Correios recebe nesta semana os dados relativos à quebra de sigilo bancário das contas do publicitário Marcos Valério no Banco Rural no período anterior a 2001. A chegada desses dados já causa alvoroço entre a bancada petista, pelo potencial de munição nova contra os tucanos no momento em que a temperatura em Brasília atinge seu pico.
Os petistas na CPI têm a informação de que tem tucano na lista e que o processo é muito semelhante ao que se viu até agora em relação ao partido governista.
Os dados são relativos ao período entre 1995 e 2000, que engloba alguns governos do PSDB.
A suspeita de ligação com o publicitário Marcos Valério, apontado como o operador do "mensalão", já derrubou, em outubro, o então presidente nacional do PSDB, Eduardo Azeredo.
Em 1998, quando concorreu à reeleição do governo de Minas Gerais, Azeredo teve auxílio financeiro de Valério, por meio de seu então tesoureiro, Cláudio Mourão, que reconheceu recentemente o uso de caixa dois na campanha do tucano.
Após denúncia da revista "IstoÉ", Azeredo confirmou que utilizou um cheque de R$ 700 mil assinado pelo publicitário e sua mulher, Renilda, para saldar, em setembro de 2002, uma dívida com Mourão.
O ex-presidente do PSDB afirma que devolveu o dinheiro ao publicitário, graças a um empréstimo de R$ 500 mil tomado no Banco Rural pelo atual ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia (PTB-MG).

"COPYFREE"
A artista plástica Pinky Wainer e o jornalista e escritor Xico Sá inauguram amanhã em São Paulo a Loja do Bispo, onde serão vendidos os livros da estréia empresarial da artista, a recém-lançada Editora do Bispo. "Somos vendedores de ilusões, por isso o nome "bispo'", diz Pinky. A editora, da qual seu marido, o advogado José Martins Pinheiro, também é sócio, será uma "copyfree", ou seja, não cobrará por reproduções, inclusão em banco de dados ou de imagens. Todos os livros estarão disponíveis para cópias na internet. "O direito sobre a cópia só beneficia o dono dos direitos, que não são os artistas. São os donos de editoras, os donos do dinheiro. Essa é uma forma mais generosa de fazer negócio", diz Pinky. A artista plástica, no entanto, diz que a proposta não é alternativa. "Somos capitalistas, sim, mas com bom humor." Pinky afirma ter investido "muito pouco dinheiro" no projeto. "Achamos o negócio altamente rentável. Quanto mais a obra circular, mais pessoas terão interesse em comprá-la."

OLHO NO ORIENTE
Cerca de 20 empresas do setor de alimentos darão o primeiro passo para atingir o mercado da Coréia do Sul nesta semana. Com o apoio da Apex, o Brasil participa da feira Cafe Show, em Seul. O evento receberá 25 mil visitantes e também está no calendário dos compradores japoneses e chineses. No espaço Café Brasil, os visitantes poderão comprar produtos como café expresso, pão de queijo, chocolates, barras de cereais, cachaça, equipamentos de panificação e móveis. A Coréia do Sul é uma das maiores importadoras desses produtos no mundo.

IMPASSE
Diante do impasse sobre o projeto de lei para um marco regulatório ao setor de saneamento, entidades representativas dos serviços municipais, estaduais e privados de água e esgoto criaram uma "sala de situação" na Abdib para buscar consensos.

APREENSÕES
As operações da Associação Brasileira de Combate à Falsificação já resultaram na apreensão de 2,5 bilhões de cigarros falsificados ou contrabandeados até setembro, o que superou o total de 2004, de 2,4 bilhões de unidades retiradas do mercado.

COMISSÃO DO TRIGO
Acaba de ser formada uma comissão de negociação do Mercosul para discutir a entrada de pré-mistura de farinha de trigo argentina (que só tem adição de sal) no Brasil. Por pagar menor tributação que a farinha pura, ela chega ao país com um preço mais competitivo que o produto nacional. A comissão, com representantes do setor privado e do governo dos dois países e que se reúne na terça (dia 8) em Buenos Aires, pode pôr fim ao impasse, diz Samuel Hosken, presidente da Abitrigo. O objetivo do encontro é definir cotas de importação para farinha e mistura de farinha de trigo argentina.

LIÇÕES DO PASSADO
Quatro dos cinco últimos presidentes do Fed elevaram a taxa de juros em sua primeira reunião no comando do BC, o que sugere que eles desejam colocar em prática suas credenciais antiinflacionárias desde o início. A análise é de David Rosenberg, da Merrill Lynch, que lembra que a exceção, Arthur Burns, cortou o juro no início de 1970 em meio a uma queda de 0,7% no PIB no trimestre, a taxas anualizadas. Ele destaca ainda o fato de os presidentes anteriores terem enfrentado crises logo após assumirem, o que pode ocorrer com Ben Bernanke, ameaçado, por exemplo, pela "bolha imobiliária".

FESTA FRANCESA
A comemoração dos 25 anos de Brasil do chef francês Claude Troisgros trouxe ao Brasil seu premiado conterrâneo, o chef Laurent Tourondel. Em São Paulo, Tourondel, autor de diversos livros de gastronomia, participou de uma aula no Centro Universitário Senac durante a semana. Na próxima, ele parte para o Rio a fim de comandar dois jantares no restaurante de Troisgros, o Olympe. Apesar de conhecer pouco a gastronomia brasileira, Tourondel afirma haver um crescente interesse por pratos do país no exterior. "Está começando uma onda de culinária brasileira nos EUA, com churrascarias e restaurantes como o de Troisgros", disse. Além das churrascarias, ele se declara fã das frutas brasileiras.

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