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Ex-funcionários da Telecom Italia são presos por caso BrT
Eles são suspeitos de envolvimento em espionagem
DA REDAÇÃO
Três ex-funcionários da Telecom Italia foram presos ontem em Milão, resultado de investigação sobre suposta rede
de espionagem eletrônica e escutas ilegais que teria sido usada para investigar dirigentes da
Brasil Telecom (BrT), segundo
o juiz Giuseppe Gennari.
Entre os detidos está Angelo
Iannone, ex-chefe de segurança da operadora italiana na
América Latina. Iannone teria
ordenado a espionagem de
banqueiros, jornalistas, funcionários públicos e concorrentes
da Telecom Italia no Brasil, segundo disse à Folha, no final de
2006, o ex-detetive Mario Bernardini, ex-colaborador da Telecom Italia e uma das principais testemunhas do caso
Ainda segundo Bernardini,
Iannone comandou uma rede
de pagamentos a consultores
que repassariam esse dinheiro
a políticos e policiais brasileiros. Iannone nega as acusações.
Além de Iannone, foram presos ontem o técnico em informática Alfredo Melloni e Roberto Rangoni Preatoni, filho
do empresário Ernesto Preatoni. Os três são acusados de vários delitos, como associação
para o crime, violação de sistemas de informática e interceptação ilegal de dados. Segundo
os investigadores, eles espionaram dirigentes da Brasil Telecom, entre 2003 e 2005, durante a disputa entre acionistas
pelo controle da empresa.
De acordo com procuradores
italianos, eles espionaram a ex-presidente da Brasil Telecom
Carla Cico e outros dirigentes
da companhia. Ainda segundo
eles, também foram investigados membros da empresa de
gerenciamento de riscos Kroll,
do escritório de advocacia
Giorgianni, que cuidava dos interesses da Brasil Telecom, e
jornalistas italianos.
A investigação seria uma resposta à rede de espionagem
que a Kroll montou, a pedido
da Brasil Telecom -então comandada pelo banqueiro Daniel Dantas-, para monitorar
petistas que viriam a ocupar
cargos no governo Lula, como
revelou a Folha em 2004.
Em meados de 2004, Iannone veio ao Brasil entregar à Polícia Federal um CD com investigações sobre a Telecom Italia
feitas pela Kroll a mando de Cico, então presidente da BrT.
O controle da BrT era dividido entre fundos de pensão
(maiores investidores nacionais), Citigroup (banco americano), Opportunity (de Dantas) e a própria Telecom Italia.
Os quatro sócios lutavam, desde 2001, pelo direito de administrar a Brasil Telecom. A empresa italiana vendeu em julho
aos fundos de pensão suas
ações na BrT por US$ 515 milhões. O negócio ainda precisa
ser aprovado pela Anatel.
Com agências internacionais
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