São Paulo, sexta-feira, 06 de novembro de 2009

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Caixa volta a ser 4º maior em ativos

Lucro recua 38% no ano, mas mostra melhora no 3º tri; na contramão do setor privado, crédito aumenta 62%

Balanço da instituição, que seria divulgado hoje, foi publicado na internet ontem à noite "por engano", diz assessoria do banco

EDUARDO CUCOLO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O aumento na provisão contra inadimplência foi o principal fator que reduziu em 38% o lucro da Caixa Econômica Federal nos nove primeiros meses de 2009 na comparação com o mesmo período de 2008.
Em compensação, os ativos cresceram 24%, para R$ 341,9 bilhões, o que recoloca o banco como o quarto maior do país nesse critério, desbancando o Santander. Os primeiros são Banco do Brasil, Itaú Unibanco e Bradesco, nessa ordem.
O lucro líquido da Caixa recuou de R$ 3,27 bilhões nos três primeiros trimestres de 2008 para R$ 2,03 bilhões no mesmo período deste ano. O resultado dos três maiores bancos privados -Itaú Unibanco, Bradesco e Santander-, que reduziram a concessão de crédito nesse período por causa da crise global, caiu cerca de 8%, em média, na comparação.
Na contramão do setor privado, a carteira de crédito da Caixa cresceu 62% e chegou a R$ 112 bilhões no final de setembro, dentro da política do governo de utilizar as instituições financeiras públicas para garantir a oferta de recursos no país. Com isso, a participação da instituição no sistema financeiro cresceu de 6% para 8,3%.
Com o aumento nos empréstimos, a Caixa teve de elevar em quase 77% a provisão contra risco de inadimplência, que chegou a R$ 2,5 bilhões, derrubando o lucro no período. Por outro lado, o aumento de 34% nas receitas com empréstimos e de 16% no ganho com tarifas ajudou a reduzir esse impacto. Juntos, esses ganhos somaram mais de R$ 15 bilhões.
O balanço da instituição, que seria divulgado hoje, foi publicado na internet ontem à noite "por engano", segundo a assessoria de imprensa do banco.
Apesar do aumento na provisão, o índice de inadimplência geral recuou de 4,2% para 3,6%. De acordo com a Caixa, tanto em relação aos consumidores como às empresas, os índices estão abaixo da média do mercado bancário. Segundo a Caixa, isso se dá porque a alta do crédito foi acompanhada de uma melhora na qualidade dos devedores. As operações de menor risco passaram de 68,5% para 74,7% da carteira.
O crédito para pessoa física cresceu 40%, puxado pelo consignado e pelos financiamentos imobiliários. Já o dinheiro direcionado para empresas mais que dobrou, avanço de 112%.
Somente no terceiro trimestre, o lucro foi de R$ 870 milhões, ante R$ 722,5 milhões registrados no mesmo trimestre de 2008 -alta de 20%. As contratações em habitação nesses três meses quase dobraram, para R$ 13,2 bilhões.


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