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Outro lado
Decisão parte de premissa falsa, afirma empresa
DA AGÊNCIA FOLHA
Pedro Bentes, um dos advogados da Vale do Rio Doce
no Pará, afirmou que a empresa irá recorrer no TRF
(Tribunal Regional Federal)
da 1ª Região, em Brasília, da
decisão da Justiça de Marabá
que restabeleceu o repasse
de recursos da companhia
aos índios xicrins.
De acordo com Bentes, a
decisão do juiz foi tomada
com base em uma informação equivocada. "A decisão
parte da falsa premissa de
que a Vale teria a obrigação
legal de amparar os índios,
mas não há lei que a obrigue
a fazer o repasse. A Vale fazia
voluntariamente."
Bentes disse ainda que a
área de mineração da Vale
não está em terra indígena.
"A unidade mais próxima de
mineração fica a cem quilômetros dali [das aldeias]."
De acordo com Bentes,
nunca foi outorgado o direito
real de uso das terras à Vale.
Na decisão da Justiça, é citado que a União concedeu à
Vale o direito, o que traria
responsabilidades com a
preservação da área, até de
comunidades indígenas.
Em nota, o diretor-presidente da Vale, Roger Agnelli,
cobrou uma política nacional
para a questão indígena.
"Se você dá o dinheiro para
o índio, vem uma ONG e diz
que o índio está morrendo de
enfarte porque, [com] o dinheiro que você dá para ele,
ele está comprando batata
frita e o colesterol está subindo. Então, eu não posso
dar o dinheiro para o índio.
Muito bem. Então, para
quem eu dou o dinheiro?",
disse Agnelli, na nota.
"A responsabilidade é da
Funai. Cadê a política da Funai? Nós não temos nenhuma intenção de virar as costas para a causa indígena.
Nós respeitamos", afirmou o
executivo da empresa.
No último dia 13, a Vale ingressou com denúncia na
OEA (Organização dos Estados Americanos) contra o
governo brasileiro, acusando-o de não possuir políticas
públicas efetivas de proteção
dos povos indígenas.
(RB)
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