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EUA eliminam 1,2 milhão de vagas em três meses
Novembro, com 533 mil, tem maior perda de postos de trabalho num mês em 34 anos
Após a 11ª queda mensal consecutiva no emprego, taxa de desocupação atinge 6,7%, com 10,3 milhões
de pessoas sem trabalho
ANDREA MURTA
DE NOVA YORK
A recessão econômica varreu
533 mil postos de trabalho nos
EUA em novembro, elevando a
taxa de desemprego de 6,5%
para 6,7%, disse o Departamento do Trabalho. É a maior perda
em um mês em 34 anos nos
EUA, um sinal forte de que a
contração da economia se acelerou dramaticamente.
De acordo com o Departamento do Trabalho, há hoje
10,3 milhões de desempregados nos Estados Unidos. Os dados de novembro, com a 11ª
queda mensal consecutiva, ficaram muito acima da previsão
de economistas, que esperavam corte de 350 mil vagas.
Desde janeiro, mais de 1,9
milhão de vagas em praticamente todas as áreas foram dizimados, com acentuada aceleração nos últimos três meses.
Para o período, o Departamento do Trabalho revisou para cima os números de empregos perdidos em setembro (de
284 mil para 403 mil) e outubro
(de 240 mil para 320 mil). A soma dos postos perdidos só nos
últimos três meses ficou acima
de 1,2 milhão, 63% do total do
ano. E analistas prevêem mais
cortes no futuro, com um 2009
ainda pior que 2008.
"Registramos o maior declínio na confiança do consumidor em nossa história", afirmou
Richard T. Curtin, diretor da
Pesquisa de Consumo Reuters/Universidade de Michigan, que faz o levantamento
desde a década de 1950. "Um
conjunto de fatores contribui
para isso: queda nos preços de
imóveis e ações, menos horas
trabalhadas, bônus menores,
menos horas extras e o desaparecimento dos empregos."
A taxa de desemprego de
6,7% é a pior desde 1993. O aumento de 0,2 ponto percentual
em relação a outubro só não foi
maior devido a uma diminuição de 420 mil pessoas da força
de trabalho, a maioria supostamente tendo desistido de buscar trabalho. Sem isso, o índice
poderia chegar a 7%.
Há também 7,32 milhões de
americanos em empregos de
meio período por razões econômicas, o número mais alto desde 1955, quando a contagem foi
iniciada. Contabilizando os trabalhadores de meio período
que gostariam de trabalhar em
horário integral e os desempregados que desistiram de procurar trabalho, o desemprego de
novembro alcançaria 12,5%,
contra 11,8% em outubro.
Os dados encerram uma semana já recheada de números
negativos. Na segunda, o Departamento Nacional de Pesquisa Econômica determinou
que os EUA estão em recessão
desde dezembro de 2007.
Pouco depois, foram informados de cortes nos gastos
com construção, vendas de
imóveis, consumo geral, investimentos empresariais e exportações. Ainda ontem, os números da crise imobiliária atingiram novo recorde: 10% dos empréstimos imobiliários nos
EUA ou estão atrasados em ao
menos um mês ou já entraram
em processo de arresto (quando propriedades são tomadas
pela financiadora ou banco).
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