São Paulo, sábado, 06 de dezembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EUA eliminam 1,2 milhão de vagas em três meses

Novembro, com 533 mil, tem maior perda de postos de trabalho num mês em 34 anos

Após a 11ª queda mensal consecutiva no emprego, taxa de desocupação atinge 6,7%, com 10,3 milhões de pessoas sem trabalho

ANDREA MURTA
DE NOVA YORK

A recessão econômica varreu 533 mil postos de trabalho nos EUA em novembro, elevando a taxa de desemprego de 6,5% para 6,7%, disse o Departamento do Trabalho. É a maior perda em um mês em 34 anos nos EUA, um sinal forte de que a contração da economia se acelerou dramaticamente.
De acordo com o Departamento do Trabalho, há hoje 10,3 milhões de desempregados nos Estados Unidos. Os dados de novembro, com a 11ª queda mensal consecutiva, ficaram muito acima da previsão de economistas, que esperavam corte de 350 mil vagas.
Desde janeiro, mais de 1,9 milhão de vagas em praticamente todas as áreas foram dizimados, com acentuada aceleração nos últimos três meses.
Para o período, o Departamento do Trabalho revisou para cima os números de empregos perdidos em setembro (de 284 mil para 403 mil) e outubro (de 240 mil para 320 mil). A soma dos postos perdidos só nos últimos três meses ficou acima de 1,2 milhão, 63% do total do ano. E analistas prevêem mais cortes no futuro, com um 2009 ainda pior que 2008.
"Registramos o maior declínio na confiança do consumidor em nossa história", afirmou Richard T. Curtin, diretor da Pesquisa de Consumo Reuters/Universidade de Michigan, que faz o levantamento desde a década de 1950. "Um conjunto de fatores contribui para isso: queda nos preços de imóveis e ações, menos horas trabalhadas, bônus menores, menos horas extras e o desaparecimento dos empregos."
A taxa de desemprego de 6,7% é a pior desde 1993. O aumento de 0,2 ponto percentual em relação a outubro só não foi maior devido a uma diminuição de 420 mil pessoas da força de trabalho, a maioria supostamente tendo desistido de buscar trabalho. Sem isso, o índice poderia chegar a 7%.
Há também 7,32 milhões de americanos em empregos de meio período por razões econômicas, o número mais alto desde 1955, quando a contagem foi iniciada. Contabilizando os trabalhadores de meio período que gostariam de trabalhar em horário integral e os desempregados que desistiram de procurar trabalho, o desemprego de novembro alcançaria 12,5%, contra 11,8% em outubro.
Os dados encerram uma semana já recheada de números negativos. Na segunda, o Departamento Nacional de Pesquisa Econômica determinou que os EUA estão em recessão desde dezembro de 2007.
Pouco depois, foram informados de cortes nos gastos com construção, vendas de imóveis, consumo geral, investimentos empresariais e exportações. Ainda ontem, os números da crise imobiliária atingiram novo recorde: 10% dos empréstimos imobiliários nos EUA ou estão atrasados em ao menos um mês ou já entraram em processo de arresto (quando propriedades são tomadas pela financiadora ou banco).


Texto Anterior: Mercado Aberto
Próximo Texto: Desemprego deve aumentar nos EUA
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.