São Paulo, quarta-feira, 07 de janeiro de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Furnas anuncia emissão de R$ 250 milhões; outras empresas também devem colocar títulos à venda

Queda do risco estimula novas captações

DA REPORTAGEM LOCAL

A combinação entre risco-país em queda e juros internacionais bastante baixos deverá contribuir para uma nova onda de captações de empresas brasileiras neste primeiro trimestre. Analistas esperam que a emissão de papéis privados no mercado interno também ganhe novo ânimo.
O mercado aguarda ainda para esta semana o fechamento de uma operação de captação da Telemig Celular Participações, que envolveria cerca de US$ 100 milhões em bônus de cinco anos.
Circulava no mercado ainda a informação de que a Vale do Rio Doce esteve consultando bancos para realizar uma operação de US$ 300 milhões. A operação seria de longo prazo, podendo alcançar os 30 anos. Apesar de não confirmar, a empresa informou, por meio da assessoria de imprensa, que está sempre "analisando janelas de oportunidade".
"Há um excesso de liquidez considerável no mercado, com taxas de juros muito baixas. As taxas de médio e longo prazo também começam a ficar atrativas. Com isso, acho que começarão a surgir emissões mais longas", diz Ernesto Meyer, vice-presidente do BNP Paribas.
Segundo Meyer, até agora, o mercado de emissões de prazos mais longos estava aberto praticamente apenas para empresas exportadoras. Agora, começa a oferecer essas linhas para as demais companhias de grande porte.
De acordo com analistas, as empresas dos setores de siderurgia, alimentos e bebidas são as que mais têm procurado as instituições financeiras nesse início de ano.
Ontem a Furnas Centrais Elétricas anunciou que fará uma emissão de R$ 250 milhões que será organizada pelo Bradesco.
Se por um lado as empresas brasileiras tentam aproveitar o momento favorável para levantar recursos lá fora, por outro existe interesse de investidores estrangeiros em aplicar recursos no país.
Segundo o diretor de um banco estrangeiro, investidores e banqueiros de fora têm procurado as instituições que atuam no Brasil para oferecer linhas de crédito.
A dúvida de analistas é se essa maré de excesso de recursos disponíveis para empresas brasileiras vai durar quando ocorrer o esperado aumento de juros nos EUA. A tendência é que parte desse dinheiro migre para aplicações em renda fixa norte-americana.
(ÉRICA FRAGA E FABRICIO VIEIRA)


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