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Emprego deve repetir resultado de 2006
Analistas estimam expansão de até 3,5% na ocupação neste ano, impulsionada por juro menor e maior volume de crédito
Consultorias prevêem
que produção industrial e
construção civil sejam
as responsáveis pela maior
alta do emprego em 2007
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O emprego deve ter expansão
de 2,7% a 3,5% neste ano e repetir o resultado de 2006, na
análise de consultores, economistas e especialistas em mercado de trabalho. O aumento na
ocupação em 2007, incluindo
as vagas formais e as informais,
deve ser reflexo do crescimento
da economia brasileira, que, na
mais otimista das projeções,
chegará a 4,1%.
"O crescimento é fundamental para o dinamismo do mercado de trabalho brasileiro", diz o
economista Antonio Prado,
responsável pelo escritório do
BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) em Brasília, em publicação recente da entidade. Para
cada 1% de alta do PIB, estima-se que o emprego cresça 0,71%.
"Um crescimento médio do
PIB de 5% aumentaria os empregos totais em 3,5%, enquanto a PEA [População Economicamente Ativa] urbana vem
crescendo a uma taxa de 2,4%,
o que reduziria a taxa de desemprego de forma consistente", afirma Prado, no estudo.
Mas o país está longe de crescer os 5% necessários para que
emprego e renda se recuperem
de forma mais acelerada. No
início de dezembro, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada), vinculado ao Ministério do Planejamento, revisou
para baixo a estimativa de crescimento do PIB para 2006 -estimado em 2,8%. A previsão anterior era de 3,3%.
O menor crescimento da economia foi explicado pelo impacto negativo das importações
sobre o desempenho da economia. Para este ano, o instituto
mantém a projeção de 3,6%.
A queda da taxa de juros de
forma contínua e a expansão do
volume de crédito ao consumidor devem ter efeito positivo
nas contratações no início de
2007, na análise do economista
Fabio Silveira, da RC Consultores. A taxa Selic deve chegar ao
final deste ano em torno de
12%, prevê a consultoria.
Por ano, 2,5 milhões de pessoas ingressam no mercado de
trabalho. "Manter crescimento
de 3% ao ano significa que, a cada três pessoas que ingressam
no mercado de trabalho, duas
conseguem algum tipo de ocupação [formal ou informal] e
uma fica sempre fora", diz Marcio Pochmann, economista e
professor da Unicamp.
Indústria puxa
O crescimento da produção
industrial -projetado em 4,5%
para este ano- será o responsável por "puxar" as contratações, segundo Silveira, da RC.
"A alavanca do crescimento deve ser a produção industrial,
com destaque para os setores
de construção civil e de bens de
capital", afirma.
Dados do Caged (Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do
Trabalho, mostram que a construção civil abriu 85 mil postos
de trabalho em 2005, ante 50,7
mil em 2004. A LCA Consultores estima que tenham sido
criadas 103 mil vagas no setor
no ano passado e que 102 mil
sejam abertas neste ano.
"Com os investimentos em
infra-estrutura, obras e estradas e as medidas anunciadas
para a área habitacional, a
construção civil reativa seu potencial de criação de vagas, seja
no ramo habitacional ou no de
construção pesada", afirma
Clemente Ganz Lucio, diretor
técnico do Dieese.
Entre os setores que devem
manter em alta as contratações
em 2007, além da construção
civil, estão a indústria química
e farmacêutica, a automobilística e o setor de informática.
"São segmentos importantes,
que, por exigirem qualificação
mais elevada, pagam melhores
salários", diz Ganz Lucio.
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