São Paulo, segunda-feira, 07 de janeiro de 2008

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Discurso de Bernanke é destaque na semana

Índices de inflação no Brasil também estão na agenda

DA REPORTAGEM LOCAL

A elevação do temor de recessão nos Estados Unidos derrubou os mercados financeiros na semana passada. Com as crescentes dúvidas em relação ao futuro da maior economia do mundo, o discurso de Ben Bernanke, presidente do BC americano, deverá monopolizar as atenções de investidores e analistas.
Bernanke falará na quinta-feira e espera-se que dê algum sinal sobre como o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) se comportará em relação aos sinais de desaquecimento econômico somados a pressões inflacionárias.
Amanhã, o mercado terá mais dois relevantes dados econômicos para avaliar: a venda de imóveis usados de novembro e os números do crédito ao consumidor norte-americano.
Na quarta será a vez da divulgação dos empréstimos imobiliários americanos. Nesse dia, também haverá a apresentação dos estoques de petróleo e derivados nos EUA.
"Os dados ruins divulgados na semana trouxeram maior pessimismo aos mercados. Com a ausência de indicadores econômicos de maior relevância, ganha importância o discurso do presidente do Fed, Ben Bernanke, que falará sobre política econômica americana, podendo ajudar a definir um rumo para os mercados que devem continuar voláteis na semana", avaliam os analistas da Prosper Gestão de Recursos.
Na última sexta-feira, a divulgação do enfraquecimento do mercado de trabalho americano levou os investidores a temerem que o consumo de petróleo e derivados nos EUA recue. Isso acabou por derrubar o preço do barril de petróleo no mercado internacional -fechou em baixa de 1,28% na sexta, vendido em Nova York a US$ 97,91. Na semana passada, pela primeira vez o barril de petróleo havia chegado a ser cotado a US$ 100.
A primeira reunião do Fomc -comitê do Fed que define os juros- de 2008 ocorrerá nos dias 29 e 30 deste mês.
A taxa de juros de referência dos EUA está em 4,25% anuais. Com os dados ruins do mercado de trabalho do país, passou a predominar entre os investidores a expectativa de que o Fomc reduzirá a taxa em 0,25 ponto percentual. O que ainda gera dúvidas são as altas generalizadas de preços demonstradas nos últimos levantamentos realizados. Taxa de juros menor pode estimular o consumo e pressionar a inflação.

Brasil
A elevação dos preços também tem sido um ponto preocupante no Brasil. Na sexta-feira, o IBGE irá apresentar o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de dezembro.
A expectativa é que o indicador tenha apresentado alta em torno de 0,80% no último mês de 2007, contra 0,38% registrado em novembro.
Se isso ocorrer, a inflação medida pelo IPCA em 2007 ficará em torno de 4,5%, taxa considerada elevada e que pode indicar que os juros básicos brasileiros permanecerão no atual nível por mais tempo que o esperado. Porém, se o IPCA vier ainda mais elevado, poderá acabar por levar o Copom (Comitê de Política Monetária) a subir a taxa básica Selic, que está hoje em 11,25%. A próxima reunião do Copom está agendada para os dias 22 e 23.
O IPCA é a taxa oficial, que o Banco Central utiliza para monitorar sua meta de inflação. Quando esse indicador de preços fica muito pressionado, aumentam as chances de os juros serem elevados.
Outros dados de inflação serão conhecidos na semana. Amanhã sairá o IGP-DI de dezembro. E na sexta, o fechamento do INPC de 2007.


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