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Discurso de Bernanke é destaque na semana
Índices de inflação no Brasil
também estão na agenda
DA REPORTAGEM LOCAL
A elevação do temor de recessão nos Estados Unidos derrubou os mercados financeiros
na semana passada. Com as
crescentes dúvidas em relação
ao futuro da maior economia
do mundo, o discurso de Ben
Bernanke, presidente do BC
americano, deverá monopolizar as atenções de investidores
e analistas.
Bernanke falará na quinta-feira e espera-se que dê algum
sinal sobre como o Fed (Federal Reserve, o banco central
americano) se comportará em
relação aos sinais de desaquecimento econômico somados a
pressões inflacionárias.
Amanhã, o mercado terá
mais dois relevantes dados econômicos para avaliar: a venda
de imóveis usados de novembro e os números do crédito ao
consumidor norte-americano.
Na quarta será a vez da divulgação dos empréstimos imobiliários americanos. Nesse dia,
também haverá a apresentação
dos estoques de petróleo e derivados nos EUA.
"Os dados ruins divulgados
na semana trouxeram maior
pessimismo aos mercados.
Com a ausência de indicadores
econômicos de maior relevância, ganha importância o discurso do presidente do Fed,
Ben Bernanke, que falará sobre
política econômica americana,
podendo ajudar a definir um
rumo para os mercados que devem continuar voláteis na semana", avaliam os analistas da
Prosper Gestão de Recursos.
Na última sexta-feira, a divulgação do enfraquecimento
do mercado de trabalho americano levou os investidores a temerem que o consumo de petróleo e derivados nos EUA recue. Isso acabou por derrubar o
preço do barril de petróleo no
mercado internacional -fechou em baixa de 1,28% na sexta, vendido em Nova York a
US$ 97,91. Na semana passada,
pela primeira vez o barril de petróleo havia chegado a ser cotado a US$ 100.
A primeira reunião do Fomc
-comitê do Fed que define os
juros- de 2008 ocorrerá nos
dias 29 e 30 deste mês.
A taxa de juros de referência
dos EUA está em 4,25% anuais.
Com os dados ruins do mercado de trabalho do país, passou a
predominar entre os investidores a expectativa de que o Fomc
reduzirá a taxa em 0,25 ponto
percentual. O que ainda gera
dúvidas são as altas generalizadas de preços demonstradas
nos últimos levantamentos
realizados. Taxa de juros menor pode estimular o consumo
e pressionar a inflação.
Brasil
A elevação dos preços também tem sido um ponto preocupante no Brasil. Na sexta-feira, o IBGE irá apresentar o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de dezembro.
A expectativa é que o indicador tenha apresentado alta em
torno de 0,80% no último mês
de 2007, contra 0,38% registrado em novembro.
Se isso ocorrer, a inflação
medida pelo IPCA em 2007 ficará em torno de 4,5%, taxa
considerada elevada e que pode
indicar que os juros básicos
brasileiros permanecerão no
atual nível por mais tempo que
o esperado. Porém, se o IPCA
vier ainda mais elevado, poderá
acabar por levar o Copom (Comitê de Política Monetária) a
subir a taxa básica Selic, que está hoje em 11,25%. A próxima
reunião do Copom está agendada para os dias 22 e 23.
O IPCA é a taxa oficial, que o
Banco Central utiliza para monitorar sua meta de inflação.
Quando esse indicador de preços fica muito pressionado, aumentam as chances de os juros
serem elevados.
Outros dados de inflação serão conhecidos na semana.
Amanhã sairá o IGP-DI de dezembro. E na sexta, o fechamento do INPC de 2007.
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