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Dólar recua pelo 4º dia seguido e fecha a R$ 2,18
Moeda tem menor cotação desde novembro e acumula queda de 14% desde o pico da crise
Segundo analistas, pânico
com a crise mundial dá
sinais de enfraquecimento,
e estrangeiros voltam a
buscar aplicações no país
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
Na sua quarta queda consecutiva, o dólar comercial recuou 3,24% ontem, para R$
2,18, patamar do início de novembro. Desde o pico da atual
crise -R$ 2,536, atingido em 4
de dezembro-, a moeda americana acumula desvalorização
de 14%.
"Nos últimos dias, houve
uma certa acomodação do humor dos mercados, indicando
que talvez o movimento que levou as cotações para cima de R$
2,40 tenha sido exagerado, se
analisarmos os fundamentos
da nossa economia", diz Silvio
Campos Neto, economista-chefe do banco Schahin.
A alta de 31,3% do dólar ante
o real em 2008 foi motivada
principalmente pela debandada dos grandes investidores internacionais do país, os quais
levaram os seus recursos para
cobrir as perdas sofridas em
outras partes do mundo.
Segundo analistas, o desespero está passando e, assim, os
estrangeiros voltam a procurar
boas opções de aplicação.
Na Bovespa, a caça a papéis
cujos preços se mostram
atraentes depois das recentes
baixas já está clara. A elevação
do dólar torna essas ações ainda mais baratas. "O mercado de
renda variável antecipa os
acontecimentos", responde
Campos Neto à pergunta de como podem os investidores tornar a adquirir ações se a perspectiva para este ano é de significativa retração global e menor
atividade interna. "Caiu quando vislumbrou a crise e começa
a subir ao avistar o seu fim."
A melhora no cenário está levando também a uma diminuição das apostas na elevação do
dólar, feitas por meio da compra de contratos de câmbio no
mercado futuro. De acordo
com a projeção de especialistas,
as posições diminuíram em até
US$ 1,5 bilhão desde sexta-feira
e devem continuar caindo.
Atualmente, encontram-se em
cerca de US$ 12 bilhões.
Novas previsões
Isso não significa, para analistas, que a moeda americana
voltará aos níveis do ano passado, quando, em agosto, chegou
a bater em R$ 1,559. "Achamos
que a divisa tentará encontrar
um equilíbrio perto dos R$
2,20", afirma Campos Neto. Os
operadores estimam que a oscilação ficará entre R$ 2,10 e R$
2,30 pelas próximas semanas.
Tal valor desconta o fator pânico, mas considera a retração
mundial e a queda nos preços e
nos volumes das commodities
agrícolas e metálicas vendidas
pelo Brasil, o que resultará em
uma entrada de dinheiro inferior à que se via até o primeiro
semestre do ano passado.
Apesar do relativo otimismo
observado nas primeiras sessões, ainda é precipitado dizer
que as turbulências acabaram.
As questões sobre o tamanho e
a duração da desaceleração
mundial permanecem.
A recomendação para quem
pensa em viajar para o exterior
é comprar moeda aos poucos,
de maneira a evitar absorver
totalmente os momentos de alta mais pronunciada.
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