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MÍDIA
"Wall Street Journal" publica ampla reportagem sobre crescimento econômico tímido e desemprego crescente no país
Jornal dos EUA diz que juro sufoca Brasil
de Nova York
O "Wall Street Journal", jornal
de maior circulação nos EUA e o
mais influente no meio financeiro,
trouxe ontem uma reportagem dizendo que as taxas de juros estão
amarrando o crescimento econômico do Brasil e podem comprometer o futuro do país.
Publicada com destaque na capa
e ocupando uma página inteira do
jornal, o texto diz que os juros no
Brasil são de cerca de 40% ao ano,
em média (não diz quais).
Para o diário, a manutenção da
taxa alta é uma armadilha: ao mesmo tempo em que tenta tornar o
Brasil mais atraente a investidores
estrangeiros, aumenta a dívida interna e sufoca a classe média.
"Para o governo brasileiro, a taxa
de juros atingindo os céus é um
preço que o país tem que pagar para evitar o colapso financeiro e os
problemas que invadiram a Ásia e
a Rússia no último ano. O governo,
contudo, pode estar estrangulando
a economia e impedindo o crescimento do país", descreve o texto.
As informações transmitidas pelo jornal têm um tom pessimista.
Dizem que o nível de produção industrial está caindo, enquanto o
nível de desemprego aumenta
-em São Paulo, descreve o artigo,
já atingiria 17% da PEA (População Economicamente Ativa).
Um efeito secundário apontado
pelo jornal é o crescimento de
agiotas ("loan sharks", ou emprestadores tubarões, segundo o
"WSJ"), que cobram juros ainda
maiores do que os praticados pelo
mercado, mas que disponibilizam
dinheiro mesmo para quem não
tem garantias a oferecer.
Outros problemas descritos pelo
diário são a queda nas reservas
cambiais (na casa dos US$ 37 bilhões hoje, após perder US$ 5 bilhões em dezembro) e a dívida pública na casa de US$ 300 bilhões.
"Governadores de Estado já estão negociando a hipótese de uma
moratória", descreve.
O jornal ouve economistas e empresários para quem será difícil reduzir os juros para 20% ao ano.
(MARCELO DIEGO)
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