São Paulo, terça-feira, 07 de fevereiro de 2006

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MERCADO

Declarações de Palocci a favor de menor taxação para estrangeiro que aplicar em renda fixa contribuíram para queda

Dólar recua para R$ 2,185, menor valor em dois meses

DA REPORTAGEM LOCAL

O dólar não encontrou dificuldades para descer ontem a R$ 2,185. Como o Banco Central manteve inalterada sua política de atuação no mercado de câmbio, o dólar caiu 1% e foi a seu mais baixo valor em dois meses.
Declarações do ministro Antonio Palocci (Fazenda), defendendo a adoção de medidas que reduzam a tributação para os estrangeiros que apliquem em títulos de renda fixa, fortaleceram a tendência de baixa do dólar. O tema também foi abordado pelo secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, em evento no Rio de Janeiro.
Uma medida dessas poderia elevar ainda mais a entrada de dólares no mercado, favorecendo a valorização do real.
Desde a semana passada, o mercado intensificou as especulações em torno da possibilidade de o BC adotar novas medidas na tentativa de conter a apreciação do real -seus atuais leilões diários de compra de dólares não têm contido a queda da moeda norte-americana. Mas nada de concreto foi anunciado até o momento.

Intervenções sem influência
Ontem, o Banco Central promoveu suas duas intervenções diárias no mercado de câmbio, sem influenciar a cotação da moeda. Do mercado futuro, por meio de leilão de contratos de "swap cambial reverso", foram comprados US$ 212 milhões. Outro montante, estimado por operadores entre US$ 50 milhões e US$ 100 milhões, foi comprado diretamente de instituições financeiras.
No mercado futuro de juros da BM&F, as especulações em torno da proposta que beneficiará os estrangeiros derrubaram as taxas, especialmente nos contratos de prazos de vencimento mais longos. As taxas passaram a cair com mais força após as declarações de Palocci.
No DI (que mostra as projeções futuras para os juros) que vence na virada do ano, a taxa caiu de 15,77% para 15,69%. Outro contrato que se destacou no pregão da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) foi o DI com resgate daqui a 18 meses, com a taxa recuando de 15,50% para 15,38%.
No mercado internacional, a procura por títulos da dívida brasileira levou o risco-país a recuar para inéditos 256 pontos (queda de 2,3%) no fim das operações.
A Bolsa de Valores de São Paulo teve um pregão de alta moderada. O Ibovespa, principal índice do mercado acionário, encerrou o pregão com valorização de 0,16%.
No topo das altas de ontem ficaram as ações preferenciais da Cesp (5,64%) e da Arcelor BR (4,87%). (FABRICIO VIEIRA)


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