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MERCADO
Declarações de Palocci a favor de menor taxação para estrangeiro que aplicar em renda fixa contribuíram para queda
Dólar recua para R$ 2,185, menor valor em dois meses
DA REPORTAGEM LOCAL
O dólar não encontrou dificuldades para descer ontem a R$
2,185. Como o Banco Central
manteve inalterada sua política de
atuação no mercado de câmbio, o
dólar caiu 1% e foi a seu mais baixo valor em dois meses.
Declarações do ministro Antonio Palocci (Fazenda), defendendo a adoção de medidas que reduzam a tributação para os estrangeiros que apliquem em títulos de
renda fixa, fortaleceram a tendência de baixa do dólar. O tema também foi
abordado pelo secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy,
em evento no Rio de Janeiro.
Uma medida dessas poderia
elevar ainda mais a entrada de dólares no mercado, favorecendo a
valorização do real.
Desde a semana passada, o mercado intensificou as especulações
em torno da possibilidade de o BC
adotar novas medidas na tentativa de conter a apreciação do real
-seus atuais leilões diários de
compra de dólares não têm contido a queda da moeda norte-americana. Mas nada de concreto foi
anunciado até o momento.
Intervenções sem influência
Ontem, o Banco Central promoveu suas duas intervenções
diárias no mercado de câmbio,
sem influenciar a cotação da moeda. Do mercado futuro, por meio
de leilão de contratos de "swap
cambial reverso", foram comprados US$ 212 milhões. Outro montante, estimado por operadores
entre US$ 50 milhões e US$ 100
milhões, foi comprado diretamente de instituições financeiras.
No mercado futuro de juros da
BM&F, as especulações em torno
da proposta que beneficiará os estrangeiros derrubaram as taxas,
especialmente nos contratos de
prazos de vencimento mais longos. As taxas passaram a cair com
mais força após as declarações de
Palocci.
No DI (que mostra as projeções
futuras para os juros) que vence
na virada do ano, a taxa caiu de
15,77% para 15,69%. Outro contrato que se destacou no pregão
da BM&F (Bolsa de Mercadorias
& Futuros) foi o DI com resgate
daqui a 18 meses, com a taxa recuando de 15,50% para 15,38%.
No mercado internacional, a
procura por títulos da dívida brasileira levou o risco-país a recuar
para inéditos 256 pontos (queda
de 2,3%) no fim das operações.
A Bolsa de Valores de São Paulo
teve um pregão de alta moderada.
O Ibovespa, principal índice do
mercado acionário, encerrou o
pregão com valorização de 0,16%.
No topo das altas de ontem ficaram as ações preferenciais da
Cesp (5,64%) e da Arcelor BR
(4,87%).
(FABRICIO VIEIRA)
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