São Paulo, quarta-feira, 07 de fevereiro de 2007

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Fabricante de TV quer aumento de até 5%

Indústria já acertou com o varejo reajustes de 3% a 5% após queda em 2006; previsão é de venda menor neste ano

Setor diz que estratégia de priorizar volume em 2006, ano de Copa do Mundo, foi um erro; debate sobre conversor digital avança


ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A indústria de televisores se prepara para o primeiro reajuste do ano, já acertado com as lojas. Os preços subirão de 3% a 5%. A nova tabela foi encaminhada às lojas em janeiro. O reajuste acontece num momento em que o setor prevê desempenho mais tímido para 2007, com vendas estimadas entre 9 milhões e 9,5 milhões de unidade no ano.
Hoje, a Eletros informará quantos televisores foram vendidos em 2006, ano de Copa do Mundo -o mercado aposta em 10,5 milhões.
A previsão de aumento no preço neste começo de ano, incluindo a TV de tela fina, reflete a situação delicada do setor.
Houve forte queda no valor praticado no produto pelo mercado em 2006, principalmente na TV de tela plasma -segmento que, no passado, garantia boas margens à indústria. Essa redução "comeu" os resultados das empresas. Há TV de plasma (42 polegadas) vendida a R$ 3.999 e, na avaliação de empresas como Philips, Panasonic e Samsung, abaixo de R$ 4.999 não há como manter a lucratividade.
Com a popularização da tecnologia de telas planas e finas, é natural que os preços no varejo caiam. O problema é que, em 2006, essa queda foi brutal, fruto de erros estratégicos admitidos pela própria indústria.
"Houve um atropelo no setor. Os preços foram caindo mês a mês, na ânsia de fazer volume", disse ontem Luiz Freitas, diretor comercial da Semp Toshiba. "Foi uma carnificina. E foi realmente um erro [do setor]. Agora há motivos para dar uma calibrada melhor no mercado e reduzir essa superoferta. Os preços não devem cair mais", afirma Afonso Hennel, presidente da Semp Toshiba.
A Folha apurou que Gradiente, Semp Toshiba e Philips encaminharam aumentos ao varejo nos últimos dois meses. A Philips informou ontem que reajustou os preços das TVs em cerca de 5% em janeiro último, e a Semp Toshiba, em 3%.
A expectativa de aumentos de preços não reduz as previsões de expansão na demanda por TVs mais caras em 2007. As grandes empresas do setor calculam que a venda do TV de cristal líquido (LCD) e de plasma vá somar entre 400 mil e 600 mil unidades em 2007. Ou seja, mais que o dobro da estimativa calculada para o ano passado (250 mil unidades).

Conversor digital
Houve avanços no debate entre indústrias e governo para a definição das especificações do sistema digital brasileiro. Faltava acertar detalhes quanto à configuração do "set up box" (conversor) -aparelho a ser vendido no país para transformar o sinal analógico em digital. No final de janeiro, a conversa avançou, e o sistema de áudio a ser usado deve ser o AC.
A Folha apurou que a indústria já informou ao governo que será difícil vender o conversor por valores próximos a R$ 100, como o Ministério das Comunicações tem divulgado. Pelas contas iniciais, o montante deve superar R$ 500 -para marcas de maior valor agregado. O governo cogita subsídios para a população de baixa renda.


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