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Fabricante de TV quer aumento de até 5%
Indústria já acertou com o varejo reajustes de 3% a 5% após queda em 2006; previsão é de venda menor neste ano
Setor diz que estratégia de priorizar volume em 2006, ano de Copa do Mundo, foi um erro; debate sobre conversor digital avança
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A indústria de televisores se
prepara para o primeiro reajuste do ano, já acertado com as lojas. Os preços subirão de 3% a
5%. A nova tabela foi encaminhada às lojas em janeiro. O
reajuste acontece num momento em que o setor prevê desempenho mais tímido para
2007, com vendas estimadas
entre 9 milhões e 9,5 milhões
de unidade no ano.
Hoje, a Eletros informará
quantos televisores foram vendidos em 2006, ano de Copa do
Mundo -o mercado aposta em
10,5 milhões.
A previsão de aumento no
preço neste começo de ano, incluindo a TV de tela fina, reflete
a situação delicada do setor.
Houve forte queda no valor
praticado no produto pelo mercado em 2006, principalmente
na TV de tela plasma -segmento que, no passado, garantia
boas margens à indústria. Essa
redução "comeu" os resultados
das empresas. Há TV de plasma
(42 polegadas) vendida a R$
3.999 e, na avaliação de empresas como Philips, Panasonic e
Samsung, abaixo de R$ 4.999
não há como manter a lucratividade.
Com a popularização da tecnologia de telas planas e finas, é
natural que os preços no varejo
caiam. O problema é que, em
2006, essa queda foi brutal, fruto de erros estratégicos admitidos pela própria indústria.
"Houve um atropelo no setor. Os preços foram caindo
mês a mês, na ânsia de fazer volume", disse ontem Luiz Freitas, diretor comercial da Semp
Toshiba. "Foi uma carnificina.
E foi realmente um erro [do setor]. Agora há motivos para dar
uma calibrada melhor no mercado e reduzir essa superoferta.
Os preços não devem cair
mais", afirma Afonso Hennel,
presidente da Semp Toshiba.
A Folha apurou que Gradiente, Semp Toshiba e Philips
encaminharam aumentos ao
varejo nos últimos dois meses.
A Philips informou ontem que
reajustou os preços das TVs em
cerca de 5% em janeiro último,
e a Semp Toshiba, em 3%.
A expectativa de aumentos
de preços não reduz as previsões de expansão na demanda
por TVs mais caras em 2007.
As grandes empresas do setor
calculam que a venda do TV de
cristal líquido (LCD) e de plasma vá somar entre 400 mil e
600 mil unidades em 2007. Ou
seja, mais que o dobro da estimativa calculada para o ano
passado (250 mil unidades).
Conversor digital
Houve avanços no debate entre indústrias e governo para a
definição das especificações do
sistema digital brasileiro. Faltava acertar detalhes quanto à
configuração do "set up box"
(conversor) -aparelho a ser
vendido no país para transformar o sinal analógico em digital. No final de janeiro, a conversa avançou, e o sistema de
áudio a ser usado deve ser o AC.
A Folha apurou que a indústria já informou ao governo que
será difícil vender o conversor
por valores próximos a R$ 100,
como o Ministério das Comunicações tem divulgado. Pelas
contas iniciais, o montante deve superar R$ 500 -para marcas de maior valor agregado. O
governo cogita subsídios para a
população de baixa renda.
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