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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Pesquisa mostra misto de otimismo e cautela para 2008
A piora do cenário internacional com a ameaça de recessão nos Estados Unidos neste
início de ano faz o empresário
brasileiro se tornar mais cauteloso com relação às perspectivas para a economia em 2008.
Ao mesmo tempo que o empresário brasileiro se mostra
bastante confiante no que diz
respeito ao seu próprio negócio, ele está bastante cético com
relação aos indicadores macroeconômicos do país. O aumento da inflação é a principal
preocupação do empresariado.
Essa aparente contradição
entre a micro e a macroeconomia ficou bastante clara na Pesquisa Serasa de Perspectiva
Empresarial que levantou dados como previsões para o primeiro trimestre e para o primeiro semestre deste ano. A
pesquisa foi feita com 1.007
empresas no período de 7 a 14
de janeiro deste ano.
No âmbito da microeconomia, 72% dos empresários entrevistados esperam crescimento do faturamento no primeiro semestre deste ano.
No ano passado, o otimismo
foi menor: 64% esperavam aumento das vendas; e, em 2006,
55% apostavam na alta do faturamento.
Para o primeiro trimestre
deste ano, 61% dos empresários
acreditam em aumento do faturamento. No ano passado,
53% acreditavam no aumento
das vendas nos primeiros três
meses. Já em 2006, 47% apostavam na alta do faturamento.
Os empresários também estão otimistas com relação às
perspectivas de lucro. Pela pesquisa, 47% acreditam em elevação dos lucros no primeiro trimestre, o maior índice desde
que a pesquisa começou a ser
elaborada, em 2006. O mesmo
resultado favorável se aplica às
intenções de investimento dos
empresários.
Já em relação às questões
macroeconômicas, a pesquisa
mostra o empresário mais pessimista, reflexo da ameaça do
fantasma da recessão. Os entrevistados temem o aumento da
inflação, do desemprego e da
inadimplência.
Segundo a pesquisa, 63% dos
empresários esperam aumento
da inflação para o primeiro trimestre deste ano, e 60% para o
primeiro semestre. Pela primeira vez, desde que a pesquisa
começou a ser feita, a barreira
de 50% dos que acreditam na
alta da inflação foi rompida.
Nos dois anos anteriores, a
maior aposta era de queda ou
estabilidade da inflação.
Já em relação à taxa básica de
juros da economia (Selic), a
pesquisa mostra aumento dos
empresários que acreditam na
possibilidade de estabilidade
ou aumento da taxa. Nos dois
anos anteriores, em 2006 e
2007, a maior parcela do empresariado apostava na queda
do juro.
"A pesquisa mostra que os
empresários estão confiantes
no desempenho do mercado interno, mas com o pé atrás com o
que pode acontecer na macroeconomia", diz Carlos Henrique
de Almeida, assessor econômico da Serasa.
MAQUETE
O arquiteto Leonardo Junqueira, especializado em projetos residenciais de luxo em São Paulo, percebeu uma inversão na demanda de projetos para casas de lazer nos últimos anos em seu escritório. Há quatro anos, o número de projetos para segunda residência na praia e no campo era equilibrado. "Hoje estou com 70% dos projetos concentrados no interior", afirma Junqueira. A explicação, segundo o arquiteto, está no trânsito e na saturação do litoral. "Os terrenos que restam no litoral ou não são favoráveis, ou estão muito caros." Atualmente, Junqueira trabalha em projetos em condomínios como Quinta da Baroneza, Terras de São José e Fazenda da Grama.
Análise
PIB mundial cresce 3,8%, diz consultor
Com o comportamento mais negativo da economia americana, a consultoria Tendências reviu a
sua estimativa de crescimento para a economia
mundial de 4,5% para um
intervalo de 3,5% a 3,8%
neste ano. A projeção é
menor do que os 4,1% previstos pelo FMI para 2008.
De acordo com a Tendências, a desaceleração
da economia americana
pode afetar o restante do
mundo pelos canais do comércio e financeiro.
Mesmo assim, a consultoria afirma que a contaminação da crise americana não deve ser tão expressiva quanto em momentos
passados. Em primeiro lugar, a participação dos Estados Unidos no comércio
mundial tem diminuído ao
longo dos anos. Depois, o
bloco dos países emergentes se encontra hoje menos vulnerável ao desempenho dos países centrais.
A China também deve
crescer neste ano 8%, o que
mantém o país como um
importante impulsionador
do crescimento global.
NO SHOPPING
A multinacional israelense Gazit-Globe começou
2008 investindo em novos
mercados. No Brasil, o primeiro negócio da companhia foi a compra de um
shopping na zona sul de São
Paulo, o Morumbi Town
Center, pelo qual a Gazit pagou R$ 55 milhões. A consultoria Cushman & Wakefield
realizou a operação.
RECORDE
O presidente do BNDES,
Luciano Coutinho, anuncia
hoje os números do desempenho do banco em 2007. O
BNDES liberou no ano passado R$ 64,9 bilhões, 24% a
mais do que os R$ 52,3 bilhões de desembolsos do
ano passado. A previsão para
este ano é que as liberações
atinjam um total de R$ 80
bilhões. O BNDES é o segundo maior banco de desenvolvimento do mundo. Só perde para o banco de desenvolvimento europeu. O total de
financiamentos do BNDES
corresponde aos orçamentos do Banco Mundial e do
BID multiplicados por dois.
Coutinho vai dizer também
que o ritmo das liberações
continua forte no início deste ano.
MOCHILA
A STB (Student Travel
Bureau), operadora especializada em turismo cultural
para jovens, embarcou mais
de 40 mil passageiros em
2007, alta de 30% ante 2006.
DE VIDRO
A Santa Marina, divisão da
francesa Saint-Gobain, participa, pelo décimo ano consecutivo, da Feira Ambiente,
em Frankfurt, Alemanha,
que acontece de 8 a 12 de fevereiro. A Santa Marina exporta para países, como Espanha, Inglaterra e Croácia.
SOFTWARE
Em 2007 a receita da área
de software da IBM chegou a
US$ 20 bilhões. A empresa
espera que a venda de softwares represente 50% do
seu lucro total até 2010.
ESPELHO
Nos últimos quatro anos,
o Instituto Avon investiu R$
10,5 milhões em projetos
contra o câncer.
SEM FIO
A Vex, especializada em instalação de redes sem fio
com tecnologia Wi-Fi, quer fechar 2008 com mais de
5.000 pontos de acesso em atividade no mundo - a empresa tem hoje cerca de 3.600 "hotspots" e atua em países como Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Colômbia,
Portugal e Espanha. Segundo Roberto Ugolini Neto, presidente da Vex, a idéia é, neste ano, cobrir toda a América do Sul, além de chegar à França, ao Reino Unido e à Itália.
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