São Paulo, quinta-feira, 07 de fevereiro de 2008

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Bolsas dos EUA têm dia volátil e fecham em baixa

DA REDAÇÃO

As Bolsas americanas voltaram a se desvalorizar ontem, um dia após o pior pregão em quase um ano. E, como aconteceu anteontem, as declarações de um dirigente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) contribuíram para as perdas.
Os mercados abriram em alta de quase 1%, com dados da produtividade do setor industrial e resultados de empresas como Time Warner e Walt Disney animando os investidores. No meio da tarde, no entanto, eles começaram a cair, com o temor de estagflação (inflação alta e crescimento baixo), que teve origem em discurso do presidente do Fed da Filadélfia, Charles Plosser. O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, fechou em queda de 0,53%, e o S&P 500 caiu 0,76%. A Nasdaq, que reúne empresas de tecnologia, se desvalorizou em 1,33%.
Plosser disse que a desaceleração da economia americana é uma grande preocupação, mas que o BC dos EUA não pode esquecer da sua outra obrigação, que é a estabilidade dos preços. Plosser votou a favor do corte na taxa de juros na última reunião do Fed, mas é conhecido por não ser muito favorável à medida. Ainda assim, suas declarações foram apontadas como o motivo da queda.
Anteontem, os comentários do presidente do Fed de Richmond, Jeffrey Lacker, também despertaram medos de estagflação e colaboraram para que o Dow Jones tivesse o seu pior dia desde 27 de fevereiro do ano passado, na época da turbulência nos mercados da China.
O BC dos EUA reduziu os juros duas vezes no mês passado, e o Merrill Lynch disse anteontem que é grande a chance de um corte emergencial antes da reunião de 18 de março.
Até os comentários de Plosser, as Bolsas estavam positivas, com os dados da produtividade do trabalhador nos Estados Unidos crescendo mais que o previsto no quarto trimestre de 2007. O índice avançou 1,8% nos últimos três meses do ano passado, se desacelerando em relação aos 6% do trimestre anterior, mas superando a estimativa de analistas.
Na Europa, onde os mercados deixaram de operar antes das declarações do dirigente do Fed, os pregões foram de recuperação das fortes perdas do dia anterior. A Bolsa de Frankfurt terminou com alta de 1,22%, e a de Paris subiu 0,83%. A de Londres avançou 0,13%.
Já na América Latina, ontem foi mais um dia de perdas. No México, a Bolsa se desvalorizou em 0,56% e, na Argentina, o Merval caiu 0,74%.
Os mercados asiáticos, que fecharam antes da abertura das Bolsas americanas, tiveram quedas expressivas, com as Bolsas reagindo às perdas nos EUA e na Europa do dia anterior. O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, caiu 4,7%, e o da de Hong Kong retrocedeu 5,4%.
Boa parte das Bolsas da Ásia, como é o caso da de Xangai (China) só volta a funcionar na semana que vem, devido ao feriado do Ano Novo Lunar.


Com agências internacionais

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