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Após 5 anos, ex-professora tem 2 microindústrias
DA AGÊNCIA FOLHA, EM OLINDA
Há cinco anos, a professora
Risomar Ramalho de Alencar
decidiu montar uma pequena
fábrica de roupas na sua casa,
em Olinda. Comprou três máquinas domésticas de costura e
transformou uma sala no seu
primeiro "fabrico" -como são
chamadas em Pernambuco as
microindústrias que produzem
roupas populares, conhecidas
como "sulanca".
Hoje, Risomar é dona de dois
"fabricos", com oito máquinas
industriais. Possui ainda um
pequeno ponto fixo de revenda
e uma barraca na feira da sulanca de Caixa D'água, bairro pobre da periferia da cidade.
Além de roupas populares, a
ex-professora fabrica uniformes sob encomenda. A equipe
de Risomar, que é composta
por duas irmãs, duas sobrinhas
e quatro empregados, é capaz
de produzir até mil peças de
roupas por semana -cinco vezes mais do que quando entrou
no ramo.
Risomar tem ainda outro parente envolvido na atividade.
Seu irmão Alex é dono e coordenador de cinco feiras de roupas em Olinda e uma em Recife.
É ele quem controla o número
de "sulanqueiros" permitidos
em cada ponto.
As seis feiras possuem, no total, 450 vendedores. "Não
adianta deixar entrar muita
gente", diz Alex. "O número de
barracas tem que estar equilibrado com a quantidade de
compradores da região, senão
ninguém vende e todo mundo
quebra", afirma.
Para o coordenador das feiras, fabricar e vender suas próprias peças já não é tão vantajoso assim em Pernambuco. A
proximidade com a região de
Caruaru (a 136 km de Recife),
principal polo têxtil do Estado,
dificulta a concorrência com as
peças artesanais.
Além de Caruaru, dez municípios formam o cinturão da sulanca em Pernambuco, entre
eles Toritama e Santa Cruz do
Capibaribe.
O termo "sulanca" surgiu na
década de 1960, quando os primeiros fabricantes da região
traziam do Sul a helanca usada
para fazer as suas roupas.
(FÁBIO GUIBU)
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