São Paulo, domingo, 07 de fevereiro de 2010

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Após 5 anos, ex-professora tem 2 microindústrias

DA AGÊNCIA FOLHA, EM OLINDA

Há cinco anos, a professora Risomar Ramalho de Alencar decidiu montar uma pequena fábrica de roupas na sua casa, em Olinda. Comprou três máquinas domésticas de costura e transformou uma sala no seu primeiro "fabrico" -como são chamadas em Pernambuco as microindústrias que produzem roupas populares, conhecidas como "sulanca".
Hoje, Risomar é dona de dois "fabricos", com oito máquinas industriais. Possui ainda um pequeno ponto fixo de revenda e uma barraca na feira da sulanca de Caixa D'água, bairro pobre da periferia da cidade.
Além de roupas populares, a ex-professora fabrica uniformes sob encomenda. A equipe de Risomar, que é composta por duas irmãs, duas sobrinhas e quatro empregados, é capaz de produzir até mil peças de roupas por semana -cinco vezes mais do que quando entrou no ramo.
Risomar tem ainda outro parente envolvido na atividade. Seu irmão Alex é dono e coordenador de cinco feiras de roupas em Olinda e uma em Recife. É ele quem controla o número de "sulanqueiros" permitidos em cada ponto.
As seis feiras possuem, no total, 450 vendedores. "Não adianta deixar entrar muita gente", diz Alex. "O número de barracas tem que estar equilibrado com a quantidade de compradores da região, senão ninguém vende e todo mundo quebra", afirma.
Para o coordenador das feiras, fabricar e vender suas próprias peças já não é tão vantajoso assim em Pernambuco. A proximidade com a região de Caruaru (a 136 km de Recife), principal polo têxtil do Estado, dificulta a concorrência com as peças artesanais.
Além de Caruaru, dez municípios formam o cinturão da sulanca em Pernambuco, entre eles Toritama e Santa Cruz do Capibaribe.
O termo "sulanca" surgiu na década de 1960, quando os primeiros fabricantes da região traziam do Sul a helanca usada para fazer as suas roupas.
(FÁBIO GUIBU)


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