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Conab prevê safra recorde de grãos em 2007
Órgão estima que produção subirá 5,7% e chegará a 127,6 milhões de toneladas, impulsionada por boas condições climáticas
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estimou
ontem que o Brasil terá safra
recorde de grãos neste ano, de
127,6 milhões de toneladas,
mesmo tendo reduzido em
3,5% a área plantada, por causa
dos baixos preços das principais commodities agrícolas exportadas pelo país em meados
do ano passado.
De acordo com a Conab, o recorde na safra 2006/2007 deverá ser proporcionado pelas
boas condições climáticas, já
que, diferentemente da safra
2005/2006, tem havido melhor distribuição das chuvas em
todas as regiões.
A previsão foi divulgada pelo
presidente da Conab, Jacinto
Ferreira. Neste ano, disse ele, a
safra será 5,7% maior do que a
passada, quando foram colhidos 120,8 milhões de toneladas
de grãos.
O milho, que está entre as
três principais culturas neste
ano, deve ficar em 48,8 milhões
de toneladas colhidas ou 14,7%
a mais do que no ano passado.
Segundo Ferreira, desse total,
6,5 milhões de toneladas devem ser exportadas, o que representa um aumento de
68,6% com relação à quantidade destinada ao mercado externo na safra passada.
A produção de soja está estimada em 56,7 milhões de toneladas, um crescimento de 6,2%
sobre o ciclo 2005-2006, que
foi de 53,4 milhões de toneladas. O caroço de algodão vai
passar de 1,7 milhão de toneladas para 2,2 milhões de toneladas, um aumento de 29,1%.
Erro de cálculo
Foram justamente sobre os
preços do milho e do algodão
que os produtores erraram no
cálculo em 2006. O resultado
da safra recorde poderia ser
ainda maior se a área plantada
não tivesse sido reduzida de
47,3 milhões de hectares na safra passada para 45,6 milhões
de hectares nesta safra. Os produtores de milho e de soja foram os que mais reduziram as
plantações.
Segundo o gerente de levantamento de safras da Conab,
Eledon Pereira, muitos produtores calculavam em 2006 que
teriam prejuízo, por isso reduziram as plantações. É o caso
dos produtores de milho do Paraná. Em agosto de 2006, quando começaram a plantar, a saca
de 60 quilos custava R$ 12,8,
abaixo do preço de referência
de R$ 14, mas em fevereiro havia subido para R$ 16,17.
Segundo ele, há perspectivas
de aumentos maiores nos preços porque os Estados Unidos,
os maiores produtores e exportadores de milho, vão passar a
produzir mais etanol a partir do
grão para misturar à gasolina, o
que vai reduzir a oferta do produto, além de abrir novos mercados para o Brasil.
No caso da soja, a saca de 60
quilos custava R$ 27,12 em
agosto do ano passado e subiu
para R$ 32,43 em fevereiro,
também no Paraná.
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