São Paulo, quarta-feira, 07 de março de 2007

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Conab prevê safra recorde de grãos em 2007

Órgão estima que produção subirá 5,7% e chegará a 127,6 milhões de toneladas, impulsionada por boas condições climáticas

CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estimou ontem que o Brasil terá safra recorde de grãos neste ano, de 127,6 milhões de toneladas, mesmo tendo reduzido em 3,5% a área plantada, por causa dos baixos preços das principais commodities agrícolas exportadas pelo país em meados do ano passado.
De acordo com a Conab, o recorde na safra 2006/2007 deverá ser proporcionado pelas boas condições climáticas, já que, diferentemente da safra 2005/2006, tem havido melhor distribuição das chuvas em todas as regiões.
A previsão foi divulgada pelo presidente da Conab, Jacinto Ferreira. Neste ano, disse ele, a safra será 5,7% maior do que a passada, quando foram colhidos 120,8 milhões de toneladas de grãos.
O milho, que está entre as três principais culturas neste ano, deve ficar em 48,8 milhões de toneladas colhidas ou 14,7% a mais do que no ano passado. Segundo Ferreira, desse total, 6,5 milhões de toneladas devem ser exportadas, o que representa um aumento de 68,6% com relação à quantidade destinada ao mercado externo na safra passada.
A produção de soja está estimada em 56,7 milhões de toneladas, um crescimento de 6,2% sobre o ciclo 2005-2006, que foi de 53,4 milhões de toneladas. O caroço de algodão vai passar de 1,7 milhão de toneladas para 2,2 milhões de toneladas, um aumento de 29,1%.

Erro de cálculo
Foram justamente sobre os preços do milho e do algodão que os produtores erraram no cálculo em 2006. O resultado da safra recorde poderia ser ainda maior se a área plantada não tivesse sido reduzida de 47,3 milhões de hectares na safra passada para 45,6 milhões de hectares nesta safra. Os produtores de milho e de soja foram os que mais reduziram as plantações.
Segundo o gerente de levantamento de safras da Conab, Eledon Pereira, muitos produtores calculavam em 2006 que teriam prejuízo, por isso reduziram as plantações. É o caso dos produtores de milho do Paraná. Em agosto de 2006, quando começaram a plantar, a saca de 60 quilos custava R$ 12,8, abaixo do preço de referência de R$ 14, mas em fevereiro havia subido para R$ 16,17.
Segundo ele, há perspectivas de aumentos maiores nos preços porque os Estados Unidos, os maiores produtores e exportadores de milho, vão passar a produzir mais etanol a partir do grão para misturar à gasolina, o que vai reduzir a oferta do produto, além de abrir novos mercados para o Brasil.
No caso da soja, a saca de 60 quilos custava R$ 27,12 em agosto do ano passado e subiu para R$ 32,43 em fevereiro, também no Paraná.


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