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Lobão diz que quer Eletrobrás poderosa
No dia em que confirmou nomes do PMDB no comando da estatal, ministro diz que a quer tão forte quanto a Petrobras
Lobão fala em construir hidrelétricas em países vizinhos; empresas privadas temem movimento de reestatização do setor
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No mesmo dia em que confirmou PMDB no comando da
Eletrobrás, com José Antônio
Muniz Lopes, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão
(PMDB-MA), disse que quer a
estatal mais forte, tão poderosa
quanto a Petrobras.
Lobão apóia emenda proposta pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em uma medida provisória que trata de créditos a Estados. Cunha incluiu
um "contrabando" (emenda
sob tema totalmente diferente
do que trata a MP) que permite
que a Eletrobrás possa ser majoritária em consórcios que disputam a construção de usinas
de geração de energia e linhas
de transmissão e que possa
atuar no exterior.
Hoje, a Eletrobrás participa
de licitações, por meio de suas
subsidiárias (Furnas, Chesf,
Eletronorte e Eletrosul), mas é
sempre minoritária em consórcio com empresas privadas.
"O que se está fazendo é, de
fato, fortalecer a Eletrobrás. A
intenção é tornar a Eletrobrás
uma holding poderosa, a exemplo do que é a Petrobras", disse
o ministro. "É bom que a Eletrobrás possa disputar espaços
no exterior. Nós pretendemos
construir hidrelétricas com
países vizinhos", disse.
O Brasil negocia com a Argentina a construção de um
complexo hidrelétrico em Garabi, com até três usinas no rio
Uruguai. Também há negociações com a Bolívia, para a construção de uma usina no rio Beni, em território boliviano.
O ministro afirmou que, apesar de o texto da medida provisória prever a possibilidade de a
Eletrobrás vir a ser majoritária,
essa não é a intenção do governo. "Ela não tem a pretensão de
ser majoritária. Ela poderá ser
majoritária, nos momentos em
que isso for necessário."
Para Lobão, isso pode ocorrer quando o setor privado não
conseguir formar consórcios
para disputar as usinas ou linhas de transmissão. "Eles poderão recorrer ao sistema estatizado para que contribua na
formação desse consórcio."
A possibilidade de a Eletrobrás voltar a comprar empresas
estatais, como a Cesp, não é
bem-vista pelo setor privado,
que vê um passo para a reestatização do setor. Em entrevista à
Folha publicada na segunda, o
presidente do Instituto Acende
Brasil, Cláudio Salles, que representa os principais investidores privados no setor, afirmou que a medida era descabida. Para o instituto, os agentes
privados não vêem como a Eletrobrás possa arcar com investimentos de R$ 20 bilhões por
ano no sistema. Na avaliação do
setor privado, seria melhor que
o governo tentasse melhorar o
desempenho da Eletrobrás.
Cargos
Além de Lopez, ligado ao senador José Sarney (PMDB-AP), Lobão confirmou ainda na
Eletrobrás: Astrogildo Quental,
na diretoria financeira; Miguel
Colassuono, na administrativa;
Valter Cardeal (ligado à ministra Dilma Rousseff), na de engenharia; e Ubirajara Rocha
Meira, na de projetos especiais.
Na presidência da Eletronorte,
foi confirmado o nome de Lívio
Rodrigues de Assis.
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