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Forte queda eleva aposta em corte maior nos juros
DA SUCURSAL DO RIO
O mau desempenho da indústria em janeiro levou alguns
especialistas a acreditar em
corte de até 1,5 ponto percentual na taxa básica de juros na
reunião do Copom (Comitê de
Política Monetária do Banco
Central), na próxima quarta-feira. Hoje, a Selic está em
12,75% ao ano.
"Acreditava-se que o ajuste
mais forte já tivesse ocorrido,
mas ficou claro que ainda ocorreu em janeiro", diz Newton
Rosa, economista-chefe da Sulamérica Investimentos.
"Pesou nisso a produção de
bens de consumo não-duráveis.
O consumidor está muito pessimista, o que interferiu nesse
resultado."
A expectativa era que o crescimento da produção em janeiro, em relação a dezembro, fosse o dobro dos 2,3% registrados
pelo IBGE.
Para o economista-chefe da
RC Consultores, Marcel Pereira, a Selic deverá ficar abaixo de
11% ao fim de 2009. "Mais do
que no curto prazo, a queda na
indústria aponta para onde o
Copom irá até o fim do ano",
afirma.
Também ficou claro para especialistas que uma recuperação, se vier, só ocorrerá no fim
do segundo trimestre.
"O primeiro trimestre continuará muito difícil. Apesar do
desempenho em relação a dezembro, os dados dos últimos
12 meses deixam claro que não
haverá uma súbita melhora que
compense a queda", diz o economista Rogério César Souza,
do Iedi (Instituto de Estudos
para o Desenvolvimento Industrial).
Recuperação
Especialistas acreditam em
alguma recuperação entre
maio e junho graças às ações do
governo e do BC.
"O governo deve continuar
criando incentivos fiscais, e,
diante do resultado, o Copom
deverá manter os cortes na taxa
de juros", diz Rosa.
Para empresários, apesar das
ações do governo para restabelecer o crédito, as condições de
financiamento permanecem
ruins para as empresas, o que
explica o mau desempenho da
indústria de máquinas e equipamentos.
"Ações mais efetivas para reduzir os juros básicos contribuiriam para a retomada da demanda doméstica e da atividade industrial", diz Paulo Godoy,
presidente da Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base).
(SL)
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