São Paulo, sábado, 07 de março de 2009

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Forte queda eleva aposta em corte maior nos juros

DA SUCURSAL DO RIO

O mau desempenho da indústria em janeiro levou alguns especialistas a acreditar em corte de até 1,5 ponto percentual na taxa básica de juros na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), na próxima quarta-feira. Hoje, a Selic está em 12,75% ao ano.
"Acreditava-se que o ajuste mais forte já tivesse ocorrido, mas ficou claro que ainda ocorreu em janeiro", diz Newton Rosa, economista-chefe da Sulamérica Investimentos.
"Pesou nisso a produção de bens de consumo não-duráveis. O consumidor está muito pessimista, o que interferiu nesse resultado."
A expectativa era que o crescimento da produção em janeiro, em relação a dezembro, fosse o dobro dos 2,3% registrados pelo IBGE.
Para o economista-chefe da RC Consultores, Marcel Pereira, a Selic deverá ficar abaixo de 11% ao fim de 2009. "Mais do que no curto prazo, a queda na indústria aponta para onde o Copom irá até o fim do ano", afirma.
Também ficou claro para especialistas que uma recuperação, se vier, só ocorrerá no fim do segundo trimestre.
"O primeiro trimestre continuará muito difícil. Apesar do desempenho em relação a dezembro, os dados dos últimos 12 meses deixam claro que não haverá uma súbita melhora que compense a queda", diz o economista Rogério César Souza, do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).

Recuperação
Especialistas acreditam em alguma recuperação entre maio e junho graças às ações do governo e do BC.
"O governo deve continuar criando incentivos fiscais, e, diante do resultado, o Copom deverá manter os cortes na taxa de juros", diz Rosa.
Para empresários, apesar das ações do governo para restabelecer o crédito, as condições de financiamento permanecem ruins para as empresas, o que explica o mau desempenho da indústria de máquinas e equipamentos.
"Ações mais efetivas para reduzir os juros básicos contribuiriam para a retomada da demanda doméstica e da atividade industrial", diz Paulo Godoy, presidente da Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base). (SL)


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