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Categorias pedem ganho real de 7% em negociação
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Trabalhadores de três categorias profissionais -farmacêuticos, empregados do setor
do álcool e operários da construção civil- pedem aumento
real de 6% a 7% em suas campanhas salariais apesar da crise.
São setores que não teriam
sido afetados de forma tão intensa pela crise e poderiam
conceder reajustes acima da inflação, argumentam representantes de trabalhadores e técnicos do Dieese especialistas em
negociação salarial.
Se obtiverem os reajustes
reivindicados, serão setores
que irão na contramão da tendência de redução do número
de acordos com ganhos acima
da inflação, segundo previsão
de analistas no início de ano.
Os 37 mil farmacêuticos do
Estado de São Paulo pedem ao
setor patronal aumento real de
7%, além de inflação estimada
em torno de 6% para repor as
perdas salariais nos últimos 12
meses e participação nos lucros
e resultados. A pauta foi entregue na última quarta-feira.
"As indústrias do setor tiveram aumento de faturamento
de 19% em 2008. O setor reclama da falta de crédito para investimentos, mas teve ganhos
de produção e faturamento.
Agora, no fim de março, haverá
reajuste dos medicamentos tabelados", diz Sérgio Luiz Leite,
secretário-geral da Fequimfar,
ligada à Força Sindical e que representa cerca de 10 mil trabalhadores do setor no Estado.
O setor abriu 326 vagas no
Estado em janeiro, recuperando-se da perda de 330 no último mês do ano passado.
No setor sucroalcooleiro, o
pedido dos cerca de 25 mil trabalhadores é de 7% de ganho
real, além de 5,89% de reposição da inflação pelo INPC.
"É preciso melhor distribuição de renda no setor. Nos últimos anos, as usinas tiveram
grande desenvolvimento com a
venda do álcool combustível",
diz Danilo Pereira da Silva, presidente da Fequimfar. Os trabalhadores pedem ainda PLR,
piso salarial de R$ 1.000 e qualificação profissional.
Na construção civil, 600 mil
trabalhadores do Estado entregaram pauta na última terça
aos setores patronais pedindo
6% de aumento, além de reposição da inflação, unificação
dos pisos e redução da jornada
para 40 horas semanais.
Sérgio Watanabe, presidente
do Sinduscon-SP (indústria da
construção paulista), prevê negociações difíceis. "O cenário é
de incertezas. No último trimestre de 2008, o ritmo de vendas caiu em torno de 50%. Será
muito difícil para as empresas
aumentarem seus custos fixos,
concedendo aumento real."
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