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Bolsa de SP acumula queda de 2,8% na semana
Recuo ontem foi de 0,7%, em resposta ao desemprego nos EUA
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O último pregão da semana
foi marcado por intensa oscilação. Os mercados iniciaram o
dia em alta, pois os dados de desemprego nos EUA vieram
dentro das projeções. Mas logo
os investidores reavaliaram a
gravidade dos números, e as
Bolsas começaram a derreter. A
Bovespa chegou a registrar desvalorização de 2,39% na mínima do dia, para depois se recuperar um pouco e fechar com
baixa menos intensa, de 0,71%.
Na semana, a Bolsa caiu 2,82%.
O desemprego nos EUA saltou para 8,1% em fevereiro, a
maior taxa desde 1983. O índice
Dow Jones, um dos principais
do mercado acionário americano, chegou a atingir o menor nível desde 1997. Mas os papéis
em patamares tão baixos acabaram por atrair investidores:
depois de cair 1,90% na mínima, o Dow Jones inverteu a
tendência e subiu 0,49%.
Na Europa, o dia também foi
fraco. O índice FTSEurofirst
300, que reúne os mais relevantes papéis europeus, caiu
1,28%, para o menor patamar
desde 97. A Bolsa de Frankfurt
recuou 0,79%. Em Londres,
houve leve alta de 0,02%.
"O noticiário macroeconômico seguiu trazendo forte volatilidade aos mercados, que
encerram a semana com um cenário bastante negativo", afirma Julio Martins, diretor da
Prosper Gestão de Recursos.
As ações de companhias de
siderurgia e mineração estiveram entre as maiores baixas.
Durante a semana, esses papéis
haviam ganhado novo ânimo
com a expectativa de que o governo chinês anunciasse uma
ampliação em seu pacote de estímulo econômico -o que não
ocorreu. Devido a seu elevado
consumo de commodities, a
China acaba por ter grande peso sobre as oscilações dos preços no mercado internacional.
Na Bovespa, esses movimentos são sentidos com intensidade, pois boa parte das maiores
empresas do mercado local é
dependente dos preços das
commodities.
A ação PNA da Vale PNA encerrou o dia com queda de
2,31%; Gerdau PN perdeu
4,33%; e Usiminas ON teve baixa de 2,65%.
Para a ação da Petrobras, a de
maior peso da Bolsa, o dia também foi de queda. Os papéis
preferenciais da estatal recuaram 1,26%, e os ordinários perderam 1,83% no pregão de ontem da Bovespa.
A venda de ações pelos estrangeiros pesou no resultado
do dia, segundo operadores do
mercado. Depois de o saldo das
operações feitas com capital
externo em fevereiro ter ficado
positivo -o que não ocorria
desde maio-, em R$ 544 milhões, as vendas voltaram a se
intensificar. Nesta semana, até
quarta-feira, o balanço dos estrangeiros na Bolsa estava negativo em R$ 437 milhões.
Altas
Quem sobreviveu na Bolsa
ontem foram as ações do setor
bancário. No topo, ficou a ação
preferencial do Bradesco, que
subiu 2,30%; Banco do Brasil
ON ganhou 1,95%; e Itaú PN se
apreciou em 1,36%.
Sem considerar os papéis que
formam o Ibovespa, o destaque
ficou com as ações ON da Positivo, que avançaram 16,03%,
com a volta dos rumores de que
a empresa será vendida.
No mercado de câmbio, o dia
iniciou com maior pressão sobre as cotações, com o dólar
chegando a R$ 2,40. Mas o fluxo positivo acabou por aliviar
as cotações, e o dólar terminou
o dia vendido a R$ 2,375, em
baixa de 0,29%.
Na próxima semana, o mercado estará atento à decisão do
Copom, que anuncia na quarta-feira como fica a taxa básica Selic. O mercado espera que a taxa seja reduzida de 12,75% para 11,75% anuais.
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