São Paulo, sábado, 07 de março de 2009

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Bolsa de SP acumula queda de 2,8% na semana

Recuo ontem foi de 0,7%, em resposta ao desemprego nos EUA

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O último pregão da semana foi marcado por intensa oscilação. Os mercados iniciaram o dia em alta, pois os dados de desemprego nos EUA vieram dentro das projeções. Mas logo os investidores reavaliaram a gravidade dos números, e as Bolsas começaram a derreter. A Bovespa chegou a registrar desvalorização de 2,39% na mínima do dia, para depois se recuperar um pouco e fechar com baixa menos intensa, de 0,71%. Na semana, a Bolsa caiu 2,82%.
O desemprego nos EUA saltou para 8,1% em fevereiro, a maior taxa desde 1983. O índice Dow Jones, um dos principais do mercado acionário americano, chegou a atingir o menor nível desde 1997. Mas os papéis em patamares tão baixos acabaram por atrair investidores: depois de cair 1,90% na mínima, o Dow Jones inverteu a tendência e subiu 0,49%.
Na Europa, o dia também foi fraco. O índice FTSEurofirst 300, que reúne os mais relevantes papéis europeus, caiu 1,28%, para o menor patamar desde 97. A Bolsa de Frankfurt recuou 0,79%. Em Londres, houve leve alta de 0,02%.
"O noticiário macroeconômico seguiu trazendo forte volatilidade aos mercados, que encerram a semana com um cenário bastante negativo", afirma Julio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.
As ações de companhias de siderurgia e mineração estiveram entre as maiores baixas. Durante a semana, esses papéis haviam ganhado novo ânimo com a expectativa de que o governo chinês anunciasse uma ampliação em seu pacote de estímulo econômico -o que não ocorreu. Devido a seu elevado consumo de commodities, a China acaba por ter grande peso sobre as oscilações dos preços no mercado internacional.
Na Bovespa, esses movimentos são sentidos com intensidade, pois boa parte das maiores empresas do mercado local é dependente dos preços das commodities.
A ação PNA da Vale PNA encerrou o dia com queda de 2,31%; Gerdau PN perdeu 4,33%; e Usiminas ON teve baixa de 2,65%.
Para a ação da Petrobras, a de maior peso da Bolsa, o dia também foi de queda. Os papéis preferenciais da estatal recuaram 1,26%, e os ordinários perderam 1,83% no pregão de ontem da Bovespa.
A venda de ações pelos estrangeiros pesou no resultado do dia, segundo operadores do mercado. Depois de o saldo das operações feitas com capital externo em fevereiro ter ficado positivo -o que não ocorria desde maio-, em R$ 544 milhões, as vendas voltaram a se intensificar. Nesta semana, até quarta-feira, o balanço dos estrangeiros na Bolsa estava negativo em R$ 437 milhões.

Altas
Quem sobreviveu na Bolsa ontem foram as ações do setor bancário. No topo, ficou a ação preferencial do Bradesco, que subiu 2,30%; Banco do Brasil ON ganhou 1,95%; e Itaú PN se apreciou em 1,36%.
Sem considerar os papéis que formam o Ibovespa, o destaque ficou com as ações ON da Positivo, que avançaram 16,03%, com a volta dos rumores de que a empresa será vendida.
No mercado de câmbio, o dia iniciou com maior pressão sobre as cotações, com o dólar chegando a R$ 2,40. Mas o fluxo positivo acabou por aliviar as cotações, e o dólar terminou o dia vendido a R$ 2,375, em baixa de 0,29%.
Na próxima semana, o mercado estará atento à decisão do Copom, que anuncia na quarta-feira como fica a taxa básica Selic. O mercado espera que a taxa seja reduzida de 12,75% para 11,75% anuais.


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