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Economista vê elevação a "grau de
investimento" em dois ou três anos
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O Brasil está perto de alcançar a
classificação de risco de grau de
investimento -"o que deve
acontecer em dois ou três anos",
mas o feito está condicionado à
manutenção da atual política econômica, disse Frederick Jaspersen, economista do IIF (Institute
of Internacional Finance, instituição que reúne banqueiros de todo
o mundo) para América Latina.
"Temos simulações que mostram que o Brasil deve chegar ao
"investimento grade" em dois ou
três anos, mas o mais importante
para que isso ocorra é a continuidade da política econômica", disse o economista, que participa no
Rio de reunião do IIF com banqueiros de todo a América Latina.
O banqueiro Roberto Setubal,
do Itaú, um dos anfitriões do encontro, disse que "os benefícios
serão enormes" ao país quando
atingido o grau de investimento.
Haverá, prevê, "uma enorme redução da taxa de juros" e maior
atração de investimentos. Setubal
também condiciona o avanço na
classificação de risco à manutenção da política econômica.
Já Charles Dallara, o diretor-gerente do IIF, traçou o cenário
atual, que deve ser mantido: inflação baixa, superávit no balanço de
pagamentos, posições "fortes" em
reservas internacionais e austeridade fiscal. Para Dallara, apesar
da estabilidade nos indicadores
macroeconômicos, só reformas
estruturais, especialmente nas
áreas trabalhista e da Previdência,
irão assegurar um crescimento
econômico mais vigoroso do país
nos próximos anos. Para 2006, o
IFF projeta uma expansão do PIB
brasileiro de 3,8%.
Num horizonte próximo, o que
preocupa, diz Dallara, é o aumento da taxa de juro nos EUA, na Europa e no Japão -que pode provocar fuga de capitais dos países
emergentes, destino de muitos investidores em busca de ganhos
maiores. As economias latino-americanas, porém, estão "mais
bem posicionadas para enfrentar
esse desafio", segundo Dallara.
Para Setubal, o cenário que se
avizinha não desembocará numa
crise: "As economias estão muito
mais sólidas para enfrentar essa
situação. Não se vislumbra nenhum tipo de crise, mas uma situação de maior dificuldade".
Com discursos afinados, os três
executivos disseram ainda que
outro potencial temor, a seqüência de eleições na América Latina
que pode levar governos de esquerda ao poder, também não
traz apreensão. Eles afirmam que
os avanços na América Latina, como inflação baixa e equilíbrio fiscal, foram "institucionalizados".
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