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PREVIDÊNCIA
Beneficiários do INSS terão aumento real de 1,5%; pagamento da primeira parcela do 13º também será antecipado
Aposentadoria acima do mínimo sobe 5%
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os 8,2 milhões de aposentados e
pensionistas do INSS que ganham
acima de um salário mínimo terão seus benefícios corrigidos em
5% a partir de 1º deste mês. O primeiro pagamento com o reajuste
será feito entre 2 e 8 de maio.
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva anunciará hoje um acordo
com os aposentados que prevê
aumento real de 1,5% para os benefícios superiores ao mínimo e a
antecipação do pagamento da
primeira parcela do 13º salário de
dezembro para setembro. A inflação pelo INPC deve ficar em 3,4%.
O aumento acima da inflação
significará gasto adicional de R$ 1
bilhão para o governo neste ano,
mas está longe do reajuste real
concedido ao salário mínimo, de
13%. O "pacote dos velhinhos" estabelece ainda que a partir do ano
que vem a primeira parcela do 13º
será paga em julho. O governo
também se comprometeu a criar
uma comissão que, entre outras
tarefas, garantirá o cumprimento
de artigos do Estatuto do Idoso.
Com isso, os aposentados deverão ter assegurado dois lugares
nos ônibus interestaduais e desconto de 50% nos demais bilhetes
nas viagens entre Estados.
A comissão negociará ainda a
possibilidade de os aposentados
terem desconto de 90% em medicamentos destinados ao tratamento de pressão alta e diabetes.
Com os 5%, o teto dos benefícios do INSS subirá dos atuais R$
2.668,15 para R$ 2.801,55. Os trabalhadores pagarão o valor mínimo de R$ 26,77 de contribuição e
máximo de R$ 308,17.
Acordo
Entidades de aposentados ligadas às quatro maiores centrais
sindicais (CUT, Força Sindical,
CGT e SDS) saíram satisfeitas da
negociação com o governo. A Cobap (Confederação Brasileira de
Aposentados e Pensionistas) não
aceitou os termos do acordo e insistiu em reajuste de 6%.
"A negociação com os aposentados será consolidada amanhã
[hoje], pois não temos a concordância de todas as entidades. Não
temos como anunciar categoricamente o acordo. Temos que falar
com o presidente Lula para saber
se consolidamos o acordo só com
as entidades que concordam",
afirmou o ministro do Trabalho,
Luiz Marinho.
Os aposentados satisfeitos com
o pacote afirmaram que, pela primeira vez, o governo decidiu conceder aumento real para os benefícios do INSS acima do mínimo.
"Nunca tivemos aumento real.
Esta será a primeira vez em que o
governo decide corrigir os benefícios por índice acima da inflação",
declarou o presidente do Sindicato dos Aposentados da Força Sindical, João Batista Inocentini.
Desde 1996, o governo vem adotando, informalmente, o INPC
como indexador das aposentadorias e pensões do INSS acima do
mínimo. De lá para cá, todos os
reajustes acompanharam a inflação medida pelo índice.
Como o cálculo baseava-se em
projeções para medir a inflação
do último mês do período, em alguns anos o índice de correção
dos benefícios ficou um pouco
acima da inflação, mas em outros
anos ficou abaixo. A Força estima
que os aposentados acumulem
perda de 2,65% por conta disso.
Em 1995, primeiro ano do governo FHC, foi usado o IGP-DI
para corrigir os benefícios, o que
acabou favorecendo os aposentados em 22,62% -o reajuste foi de
42,86%, e o INPC, de 16,51%.
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