São Paulo, segunda-feira, 07 de abril de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Ministro minimiza atrasos nos portos

Pedro Brito diz que problema "já está sendo atacado" e que cálculo da Secretaria de Portos aponta perdas menores

Exportadores de cereais reclamam de situação em Paranaguá, e ministro diz que situação é preocupante no porto do Paraná

DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Secretaria Especial de Portos, Pedro Brito, minimizou o problema dos atrasos na operação dos navios nos portos brasileiros e o encarecimento da operação decorrente dessa situação. "Reconheço que o problema [do tempo de espera de navios] existe, mas já está sendo atacado", afirmou em entrevista à Folha.
Brito disse que o custo de US$ 2 bilhões por ano, estimado pela associação que reúne o setor de fertilizantes, é um valor "superestimado", que não corresponde aos dados do ministério. Ele não apresentou quais são os valores pagos aos proprietários de navios que alocam as embarcações para a operação no Brasil.
"[O número] varia muito de um porto para outro, e essa situação é sazonal. Imagino que o dado apresentado pela Anda [Associação Nacional para difusão de adubos] é médio. As nossas estimativas são bem menores do que essas a partir das observações que temos dos portos", afirmou. Ele disse que gostaria de observar o cálculo "na ponta do lápis para saber quem está pagando esse valor".
Entre as principais medidas do governo para melhorar a infra-estrutura portuária está a dragagem dos canais de navegação.
Segundo Brito, o primeiro da lista será o porto de Santos. A estimativa é que a licitação seja aberta no início do segundo semestre. O plano do governo é fazer com que a empresa vencedora da licitação também seja responsável pela manutenção do canal após o aprofundamento da calha. No caso do porto de Santos, a previsão é que o canal baixe de 12 para 15 metros e seja alargado dos atuais 150 metros para 220 metros.

Paranaguá
A Anec (Associação Nacional de Exportadores de Cereais) enviou na última quarta-feira uma carta com pedido de ajuda emergencial ao ministro. O setor exportador alega que o porto de Paranaguá, no Paraná, está próximo a um colapso.
O ministro disse que ainda não recebeu a carta, mas admitiu preocupação em relação aos conflitos entre a atual administração do porto e os usuários do sistema.
"Essa situação de conflito de fato nos preocupa. Não posso compreender como operar [um porto] de forma eficiente com conflitos permanentes. Conflitos são naturais, mas, quando isso se torno permanente, é preocupante. Estamos tomando providência sobre isso."
Ele descartou, por ora, qualquer medida mais forte como uma intervenção federal na Appa (Administração dos Portos de Paranaguá e de Antonina). A autarquia estadual é comandada por Eduardo Requião, irmão do governador do Paraná, Roberto Requião.


Texto Anterior: Luiz Carlos Bresser-Pereira: "Panelaço" equivocado
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.