|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Terminal público de álcool no porto de Paranaguá está parado há cinco meses
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Inaugurado há mais de cinco
meses com a expectativa de ser
uma opção mais barata para escoar a produção sucroalcooleira, o primeiro terminal público
de álcool do Brasil, no porto de
Paranaguá (PR), ainda não recebeu nenhuma gota.
Segundo engenheiros e entidades do setor agropecuário, há
falhas no projeto. Já os administradores do porto negam e
dizem que o tempo é necessário
para fazer testes e ajustar trâmites burocráticos.
Cerca de R$ 14,7 milhões foram gastos pelo porto no terminal. Ele foi criado com a proposta de cobrar taxas 50% menores das praticadas no porto
por uma empresa particular.
Segundo a Faep (Federação
da Agricultura do Estado do Paraná), o custo para que o terminal esteja apto a operar será pelo menos mais R$ 7 milhões.
Para a federação, o material
usado na tubulação e nos registros para distribuir o álcool aos
tanques não tem a resistência
adequada para suportar a passagem do combustível. A tubulação poderia ser corroída no
atrito com o álcool. "Temos informações confiáveis de que há
problemas graves para fazer o
terminal funcionar," disse Nilson Camargo, assessor da Faep
de infra-estrutura e logística.
O engenheiro civil Paulo
Nascimento, membro do IEP
(Instituto de Engenharia do
Paraná), confirma os problemas. Segundo ele, os tubos não
são de aço inox, material capaz
de evitar a corrosão pelo álcool.
Nascimento diz que até hoje
não apareceu a ART (Anotação
de Responsabilidade Técnica)
da obra -certidão exigida em
construções para atestar quem
é o engenheiro responsável pelo projeto. O Crea (Conselho
Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) do Paraná
não localizou registros sobre
fiscalização da obra nem de
seus responsáveis técnicos.
O porto nega problemas nas
obras. Segundo ele, o terminal
aguarda a programação dos exportadores para começar a operar, que depende da safra.
Segundo Ricardo Resende,
presidente da Álcool do Paraná,
empresa criada por usineiros
para gerenciar o terminal junto
com o porto, as atividades iniciam em maio. "Estão tentando
criar factóides," acusa.
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Política industrial desonera exportador, diz Paulo Bernardo Índice
|