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RIQUEZA AMERICANA
Taxa é de 1,75%
Fed não deve alterar a taxa de juros hoje
DA REDAÇÃO
O conselho de política monetária do Federal Reserve (Banco
Central dos Estados Unidos) deve
manter hoje, em sua reunião, a
atual taxa de juros da instituição.
De acordo com a maioria dos
analistas do mercado financeiro,
os juros só serão aumentados
quando o mercado de trabalho
der sinais claros de reaquecimento, com a volta das contratações.
Na semana passada, o Departamento do Trabalho informou que
a taxa de desemprego saltou para
6% em abril. O índice é o mais elevada em quase oito anos. Com a
recuperação econômica ainda em
ritmo lento, o número de pessoas
à procura de um trabalho pode
crescer ainda mais nos próximos
dois ou três meses.
No ano passado, para evitar o
aprofundamento da freada na atividade econômica, o Fed fez 11
cortes na taxa de juros, derrubando-a de anuais 6,5% para 1,75%.
Os atuais juros são os menores
desde 1962, quando John Kennedy ocupava a Casa Branca.
Segundo um levantamento da
agência de notícias Reuters com
21 bancos que negociam diretamente com o Fed, todos consideram que a taxa não será alterada
hoje. Apenas um afirma que os juros serão elevados na reunião de
junho, enquanto 16 dizem que o
aumento só virá em agosto.
"A recuperação econômica e, de
maneira importante, os lucros
ainda estão engatinhando, e o Fed
sabe disso", afirmou Hugh Johnson, diretor de investimentos do
banco First Albany.
Em março do ano passado, os
Estados Unidos mergulharam na
primeira recessão registrada pelo
país desde 1991, época da Guerra
do Golfo. A freada do ano passado, resultado em grande parte do
fim do boom tecnológico e da
consequente queda nos mercados
acionários, representou o encerramento do mais longo período
de expansão da história norte-americana.
Ações em apuros
No primeiro trimestre deste
ano, o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu a um ritmo anualizado de 5,8%. O resultado, aparentemente bastante positivo, na verdade se deveu a uma intensa queima de estoques. O desempenho
dos investimentos empresariais
foi bem mais modesto, o que lançou incertezas sobre a intensidade
da retomada.
"Estamos no meio de uma recuperação que ainda não criou empregos nem elevou os lucros das
empresas", afirmou Sung Won
Sohn, economista-chefe do banco
Wells Fargo. "Trata-se de um duplo mau-olhado sobre o mercado
financeiro, e o Fed não quer transformá-lo em um triplo mau-olhado, com a elevação dos juros."
Com os juros em recordes de
baixa, o investimento em ações
torna-se mais atraente. Mas, devido a uma série de escândalos contábeis, detonados pelo colapso da
energética Enron, o norte-americano ficou mais receoso em apostar no mercado acionário. O resultado foi uma queda no valor
dos papéis, afetando a saúde financeira de corporações.
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