São Paulo, terça-feira, 07 de maio de 2002

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RIQUEZA AMERICANA

Taxa é de 1,75%

Fed não deve alterar a taxa de juros hoje

DA REDAÇÃO

O conselho de política monetária do Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos) deve manter hoje, em sua reunião, a atual taxa de juros da instituição. De acordo com a maioria dos analistas do mercado financeiro, os juros só serão aumentados quando o mercado de trabalho der sinais claros de reaquecimento, com a volta das contratações.
Na semana passada, o Departamento do Trabalho informou que a taxa de desemprego saltou para 6% em abril. O índice é o mais elevada em quase oito anos. Com a recuperação econômica ainda em ritmo lento, o número de pessoas à procura de um trabalho pode crescer ainda mais nos próximos dois ou três meses.
No ano passado, para evitar o aprofundamento da freada na atividade econômica, o Fed fez 11 cortes na taxa de juros, derrubando-a de anuais 6,5% para 1,75%. Os atuais juros são os menores desde 1962, quando John Kennedy ocupava a Casa Branca.
Segundo um levantamento da agência de notícias Reuters com 21 bancos que negociam diretamente com o Fed, todos consideram que a taxa não será alterada hoje. Apenas um afirma que os juros serão elevados na reunião de junho, enquanto 16 dizem que o aumento só virá em agosto.
"A recuperação econômica e, de maneira importante, os lucros ainda estão engatinhando, e o Fed sabe disso", afirmou Hugh Johnson, diretor de investimentos do banco First Albany.
Em março do ano passado, os Estados Unidos mergulharam na primeira recessão registrada pelo país desde 1991, época da Guerra do Golfo. A freada do ano passado, resultado em grande parte do fim do boom tecnológico e da consequente queda nos mercados acionários, representou o encerramento do mais longo período de expansão da história norte-americana.

Ações em apuros
No primeiro trimestre deste ano, o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu a um ritmo anualizado de 5,8%. O resultado, aparentemente bastante positivo, na verdade se deveu a uma intensa queima de estoques. O desempenho dos investimentos empresariais foi bem mais modesto, o que lançou incertezas sobre a intensidade da retomada.
"Estamos no meio de uma recuperação que ainda não criou empregos nem elevou os lucros das empresas", afirmou Sung Won Sohn, economista-chefe do banco Wells Fargo. "Trata-se de um duplo mau-olhado sobre o mercado financeiro, e o Fed não quer transformá-lo em um triplo mau-olhado, com a elevação dos juros."
Com os juros em recordes de baixa, o investimento em ações torna-se mais atraente. Mas, devido a uma série de escândalos contábeis, detonados pelo colapso da energética Enron, o norte-americano ficou mais receoso em apostar no mercado acionário. O resultado foi uma queda no valor dos papéis, afetando a saúde financeira de corporações.



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