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COMBUSTÍVEL 2
Para diretor da estatal, cobrança estimularia refinaria no país
Petrobras quer taxa de importação
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O diretor de Abastecimento da
Petrobras, Rogério Manso, defendeu ontem a volta da cobrança do
imposto sobre a importação de
derivados de petróleo, como forma de estimular novos investimentos em refinarias no Brasil.
Hoje, os combustíveis são isentos de imposto de importação.
Como a Petrobras detém 98% do
refino do país, o governo entende
que a tarifa zero para os derivados
importados é uma maneira de
torná-los competitivos.
A alíquota zero também foi uma
forma de igualar a tributação com
os demais países do Mercosul, como Argentina e Paraguai, que não
cobram o imposto.
Se voltar a tributação, os importados ficarão mais caros e menos
competitivos em relação ao produto nacional. Assim, crê Manso,
os investidores serão estimulados
a produzir derivados no país.
Para o diretor, não é incompatível uma política de abertura das
importações com o retorno da tarifação sobre os combustíveis importados. Cita o caso dos EUA, o
maior importador de petróleo do
mundo, onde se cobra o imposto.
Para incentivar novos investimentos em refino, Manso disse
que não é necessário uma tarifa de
importação elevada, como a praticada no Brasil no passado,
quando a alíquota chegou a 38%.
Sugere algo em torno de 6% a 8%
sobre o preço dos produtos.
Ele afirmou que o governo deveria, antes de instituir o imposto,
esperar a consolidação da abertura à importação de gasolina e diesel iniciada em janeiro.
Para Manso, o retorno da tributação às importações deve ser um
dos pontos de um projeto maior
do governo para estimular a construção de refinarias no Brasil.
Segundo ele, o Brasil viverá, em
breve, uma situação quase sem
precedentes no mundo: será exportador de petróleo bruto e importador de derivados, pois falta
capacidade de refino ao país.
No exterior, a realidade é outra:
há excesso de refinarias. Existe capacidade para processar 82 milhões de barris de petróleo por
dia, enquanto o consumo é de 77
milhões de barris/dia, de acordo
com Manso.
O Ministério de Minas e Energia
estuda ações para estimular os investimentos em refino no Brasil.
O ministério avalia que existe
espaço, pelo menos, para mais
uma refinaria, com capacidade de
cerca de 150 mil barris/dia.
Manso reafirmou que a Petrobras só investirá em nova refinaria se sua participação for essencial para viabilizar o projeto. Mesmo assim, só como acionista minoritária e de forma temporária.
Preços
Passado um mês do último reajuste da gasolina, Manso disse que
o preço internacional do produto
no período não teve grandes oscilações que justificassem um novo
aumento. A gasolina na refinaria
subiu 10,08% em 6 de abril.
Em um mês, o preço variou
dentro da faixa estabelecida pelo
gatilho quinzenal -5% para cima ou para baixo. A média no período ficou praticamente estável
desde o último reajuste. Por isso,
não houve aumento.
O diretor afirmou que o gatilho
está mantido por mais dois meses, como havia sido previsto. Pelo mecanismo, só oscilações superiores a 5% - tanto para baixo
como para cima - seriam repassadas a cada 15 dias.
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