São Paulo, terça-feira, 07 de maio de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Instituição irá ofertar operações de "swap" cambial sem obrigar os investidores a comprar LFTs

BC anuncia instrumento para deter dólar

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Luiz Fernando Figueiredo, anunciou ontem mais um instrumento de proteção contra oscilações do dólar, o chamado "hedge" cambial. Ele, no entanto, afirmou que a criação da nova modalidade de proteção cambial não tem nada a ver com a recente subida do dólar e que não representará mais oferta de proteção cambial ao mercado.
"Estamos apenas flexibilizando a rolagem dos títulos públicos federais e oferecendo um instrumento a mais ao mercado", disse Figueiredo. O dólar fechou ontem em alta de 0,5%, a R$ 2,42.
Em fevereiro deste ano, o BC havia anunciado que, além dos títulos cambiais (corrigidos pela cotação da moeda americana), os investidores e empresas poderiam proteger suas dívidas em dólar com a contratação de operação no BC de troca de rentabilidade, conhecido no mercado por "swap".
Em leilões conjuntos do Tesouro Nacional com o BC, o interessado na proteção cambial tinha que obrigatoriamente comprar títulos pós-fixados (LFTs, corrigidos a juros de mercado) e trocar a rentabilidade variável em reais dos papéis pela correção em dólar oferecida pelo BC na operação de "swap". A partir de hoje, o investidor poderá contratar a proteção cambial apenas pelo "swap", sem a necessidade de comprar os títulos do Tesouro antes.
Segundo Figueiredo, o BC decidiu adotar também essa modalidade porque o chamado "swap casado" (com a obrigação de compra das LFTs) criava uma amarra ao Tesouro e ao investidor.
"Em muitos dos casos, o investidor queria apenas a proteção cambial, mas tinha que adquirir também os papéis. No dia seguinte, às vezes era obrigado a vender os títulos depreciados no mercado [a um valor mais baixo do que havia pago"", disse Figueiredo.
Além disso, sempre que o "swap casado" tinha de ser renovado, o Tesouro também era obrigado a rolar as LFTs dadas na contrapartida da operação. "Nem sempre era vantajoso para o Tesouro. Agora, os títulos poderão ser renovados quando o momento for mais apropriado", ressaltou o diretor do BC.
O BC havia decido realizar os "swaps" cambiais porque o custo dessa modalidade de proteção cambial é menor para o BC do que as vendas de títulos cambiais.



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