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MERCADO FINANCEIRO
Instituição irá ofertar operações de "swap" cambial sem obrigar os investidores a comprar LFTs
BC anuncia instrumento para deter dólar
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O diretor de Política Monetária
do Banco Central, Luiz Fernando
Figueiredo, anunciou ontem mais
um instrumento de proteção contra oscilações do dólar, o chamado "hedge" cambial. Ele, no entanto, afirmou que a criação da
nova modalidade de proteção
cambial não tem nada a ver com a
recente subida do dólar e que não
representará mais oferta de proteção cambial ao mercado.
"Estamos apenas flexibilizando
a rolagem dos títulos públicos federais e oferecendo um instrumento a mais ao mercado", disse
Figueiredo. O dólar fechou ontem
em alta de 0,5%, a R$ 2,42.
Em fevereiro deste ano, o BC
havia anunciado que, além dos títulos cambiais (corrigidos pela
cotação da moeda americana), os
investidores e empresas poderiam proteger suas dívidas em dólar com a contratação de operação no BC de troca de rentabilidade, conhecido no mercado por
"swap".
Em leilões conjuntos do Tesouro Nacional com o BC, o interessado na proteção cambial tinha
que obrigatoriamente comprar títulos pós-fixados (LFTs, corrigidos a juros de mercado) e trocar a
rentabilidade variável em reais
dos papéis pela correção em dólar
oferecida pelo BC na operação de
"swap". A partir de hoje, o investidor poderá contratar a proteção
cambial apenas pelo "swap", sem
a necessidade de comprar os títulos do Tesouro antes.
Segundo Figueiredo, o BC decidiu adotar também essa modalidade porque o chamado "swap
casado" (com a obrigação de
compra das LFTs) criava uma
amarra ao Tesouro e ao investidor.
"Em muitos dos casos, o investidor queria apenas a proteção
cambial, mas tinha que adquirir
também os papéis. No dia seguinte, às vezes era obrigado a vender
os títulos depreciados no mercado [a um valor mais baixo do que
havia pago"", disse Figueiredo.
Além disso, sempre que o "swap
casado" tinha de ser renovado, o
Tesouro também era obrigado a
rolar as LFTs dadas na contrapartida da operação. "Nem sempre
era vantajoso para o Tesouro.
Agora, os títulos poderão ser renovados quando o momento for
mais apropriado", ressaltou o diretor do BC.
O BC havia decido realizar os
"swaps" cambiais porque o custo
dessa modalidade de proteção
cambial é menor para o BC do
que as vendas de títulos cambiais.
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