São Paulo, quarta-feira, 07 de maio de 2008

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Petróleo é a maior fonte dos fundos de países

DA REDAÇÃO

Os fundos soberanos começaram a ganhar destaque no final do ano passado com a crise nos mercados financeiros, mas alguns deles, como o do Kuait, o de Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos) e o de Cingapura têm mais de 30 anos. Mas foi especialmente com o aumento do petróleo (que no ano passado chegou a rondar a barreira dos US$ 100) que eles aumentaram a sua participação na economia mundial -e deram início às críticas.
Segundo o SWF Institute (que é especializado em fundos soberanos), aproximadamente dois terços dos ativos desses fundos estão relacionados com petróleo e gás natural: são US$ 2,142 trilhões -ou 63% mais que o PIB brasileiro do ano passado.
Isso não quer dizer, porém, que seja um clube restrito aos produtores de petróleo (China e Cingapura têm alguns dos maiores fundos, baseados em suas reservas de moeda estrangeira, graças às exportações) nem a países ricos (Timor Leste e Uganda possuem os seus). Na América do Sul, Chile e Venezuela têm fundos desse tipo.
Foi com as crises nos bancos dos EUA e da Europa, no segundo semestre do ano passado, no entanto, que eles começaram a ganhar relevo. Governos de países como Cingapura, China e Coréia do Sul investiram quase US$ 45 bilhões em grandes instituições, como Citigroup, UBS e Merrill Lynch.
Somente o Citigroup (EUA) recebeu uma injeção de mais de US$ 17 bilhões dos fundos de Abu Dhabi, Cingapura e Kuait. Tudo isso em troca de 10% de participação na instituição, uma das maiores do mundo. O suíço UBS recebeu mais US$ 11,5 bilhões dos cingapurianos e da Arábia Saudita por quase 12% das suas ações.
Com o aumento dos aportes, surgiram as críticas. As principais são sobre a falta de transparência de alguns deles e o temor de que alguns desses investimentos tenham por trás objetivos não-financeiros, como controlar empresas estratégicas.
Porém, o FMI afirmou, em trabalho publicado no início do ano, que "até o momento" não há sinais de que os fundos soberanos tenham sido usados para objetivos políticos. O Fundo elogiou ainda a participação deles na crise dos bancos, mas disse que, "em outras circunstâncias, esses fundos podem se tornar um risco e é difícil medir se as posições deles continuarão firmes em casos de outros choques macroeconômicos".


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