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Petróleo é a maior fonte dos fundos de países
DA REDAÇÃO
Os fundos soberanos começaram a ganhar destaque no final do ano passado com a crise nos mercados financeiros, mas alguns deles, como o do
Kuait, o de Abu Dhabi
(Emirados Árabes Unidos) e o de Cingapura têm
mais de 30 anos. Mas foi
especialmente com o aumento do petróleo (que no
ano passado chegou a rondar a barreira dos US$
100) que eles aumentaram
a sua participação na economia mundial -e deram
início às críticas.
Segundo o SWF Institute (que é especializado em
fundos soberanos), aproximadamente dois terços
dos ativos desses fundos
estão relacionados com
petróleo e gás natural: são
US$ 2,142 trilhões -ou
63% mais que o PIB brasileiro do ano passado.
Isso não quer dizer, porém, que seja um clube
restrito aos produtores de
petróleo (China e Cingapura têm alguns dos maiores fundos, baseados em
suas reservas de moeda estrangeira, graças às exportações) nem a países ricos
(Timor Leste e Uganda
possuem os seus). Na
América do Sul, Chile e
Venezuela têm fundos
desse tipo.
Foi com as crises nos
bancos dos EUA e da Europa, no segundo semestre
do ano passado, no entanto, que eles começaram a
ganhar relevo. Governos
de países como Cingapura,
China e Coréia do Sul investiram quase US$ 45 bilhões em grandes instituições, como Citigroup, UBS
e Merrill Lynch.
Somente o Citigroup
(EUA) recebeu uma injeção de mais de US$ 17 bilhões dos fundos de Abu
Dhabi, Cingapura e Kuait.
Tudo isso em troca de 10%
de participação na instituição, uma das maiores
do mundo. O suíço UBS recebeu mais US$ 11,5 bilhões dos cingapurianos e
da Arábia Saudita por quase 12% das suas ações.
Com o aumento dos
aportes, surgiram as críticas. As principais são sobre a falta de transparência de alguns deles e o temor de que alguns desses
investimentos tenham por
trás objetivos não-financeiros, como controlar
empresas estratégicas.
Porém, o FMI afirmou,
em trabalho publicado no
início do ano, que "até o
momento" não há sinais
de que os fundos soberanos tenham sido usados
para objetivos políticos. O
Fundo elogiou ainda a participação deles na crise
dos bancos, mas disse que,
"em outras circunstâncias,
esses fundos podem se
tornar um risco e é difícil
medir se as posições deles
continuarão firmes em casos de outros choques macroeconômicos".
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