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Setor de eletrodomésticos prepara aumentos
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
Passado o Dia das Mães, será
a vez de a indústria de eletrodomésticos reajustar preços de
fogões, geladeiras e lavadoras
de roupa e de louça por conta
da alta do custo de chapas de
aço, resinas plásticas e frete.
"Há muito tempo não víamos
uma pressão de custos tão alta
no setor eletroeletrônico como
a que está ocorrendo neste momento. No governo Lula isso
ainda não tinha acontecido.
Não tem outro jeito, a indústria
eletroeletrônica vai ter de repassar aumento de custos para
preços", afirma Lourival Kiçula, presidente da Eletros, associação que reúne os fabricantes
de produtos eletroeletrônicos.
De janeiro até agora, segundo
ele, o preço da chapa de aço subiu entre 15% e 25%. "A indústria que faz a chamada linha
branca, como geladeiras, está
sofrendo mais do que a que faz
a linha marrom, como TVs e
DVDs, pois usa mais aço. Mas
os fabricantes de televisores
também são atingidos, pois
também subiram os preços do
frete e de embalagens", diz.
Um dos maiores fabricantes
de eletrodomésticos do país informa que a nova tabela de preços deverá ser apresentada ao
comércio neste mês ou em junho por conta da alta de custos.
A companhia confirma que
os preços do aço subiram até
25% desde o início do ano e que
neste momento tenta negociar
reajustes entre 15% e 25% com
os fabricantes de resinas.
Os fabricantes de eletrodomésticos terão mais facilidade
para reajustar preços porque a
importação desse tipo de produto ainda é pequena. No caso
de televisores, DVDs e aparelhos de som, pode haver mais
dificuldade para repasses, já
que o comércio pode optar por
trocar por itens importados.
Kiçula diz que a indústria
eletroeletrônica brasileira passa por um momento complicado, pois enfrenta pressão de aumento de custos, concorre cada
vez mais com importados dentro do país e tem cada vez mais
dificuldade para competir no
exterior. "A Turquia está ganhando do Brasil em exportação para a Argentina", diz.
"De fato, os custos da indústria estão mais altos, principalmente por conta da alta do preço do aço. Mas não está fácil fazer repasses porque a concorrência com produtos importados está cada vez maior, com a
valorização do real em relação
ao dólar", afirma Humberto
Barbato, presidente da Abinee
(Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica).
A pressão por aumento de
custos, segundo ele, ocorre
principalmente entre os fabricantes de material elétrico,
equipamentos industriais e de
produtos para geração, transmissão e distribuição de energia. "A idéia é não fazer reajustes, mas cada indústria vai ter
de negociar com seus clientes
para ver onde é possível ceder e
se é possível ceder", afirma.
Custos
Os fabricantes de embalagens plásticas estão pagando
entre 8% e 12% mais pelas resinas a partir deste mês, segundo
Synésio Batista da Costa, presidente da Abraflex, associação
de fabricantes de embalagens
laminadas flexíveis. "A necessidade do setor, como conseqüência, é de repasse de 12%
para os preços de embalagens
para biscoitos, café, chocolates
entre outros. Já estamos negociando essa alta com os clientes. Os fabricantes de resinas
não têm dó de ninguém", diz.
Costa, que também é presidente da Abrinq, associação de
fabricantes de brinquedos, afirma que a situação se repete nos
dois setores.
"Todos os brinquedos de
plástico serão reajustados em
cerca de 8,5%. Não tem jeito."
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