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Resultado não deve afetar PIB, dizem analistas
DA SUCURSAL DO RIO
A desaceleração da indústria
no primeiro trimestre deve ter
impacto pequeno no PIB (Produto Interno Bruto) do período
e quase nulo no resultado do
ano como um todo, segundo especialistas ouvidos pela Folha.
Para Marcela Prada, da Tendências, o resultado de março
"foi um pouco fraco" por causa
de fatores "pontuais", mas não
altera a tendência de crescimento da indústria. Ainda assim, ela afirma que é possível
uma revisão para baixo da previsão da consultoria para o PIB
do primeiro trimestre -de
crescimento de 6,8% ante o
primeiro trimestre de 2007 e
1,2% ante o quatro trimestre.
"O resultado de março foi até
razoável num mês de paradas
técnicas em refinarias e de greve da Receita", diz Joel Bogdanski, economista do Itaú.
Por esses motivos, diz, os resultados ficaram "um pouco
abaixo do esperado". Segundo
ele, isso pode resultar apenas
numa "mudança marginal" nas
projeções, já que os indicadores dos demais setores da economia vieram fortes. O Itaú
projeta alta do PIB de 6,2% ante o primeiro trimestre de
2007 e de 0,9% na comparação
com os últimos três meses do
ano passado.
Sérgio Vale, da MB, diz que o
crédito continua farto, o que
mantém a indústria aquecida.
"Não dá para comparar com o
quatro trimestre, quando a indústria se preparava para um
Natal muito forte e cresceu acima do padrão histórico."
O economista da MB ressaltou que os investimentos continuaram a crescer, o que sinaliza aumento da capacidade
produtiva no futuro.
Vale afirma que o dado do
primeiro trimestre da indústria não altera sua previsão para o PIB do período: alta de
5,5% ante os três primeiros
meses de 2007 e de 0,5% ante o
quatro trimestre de 2007.
Tanto Vale como Prada esperam, no entanto, uma desaceleração no final do ano, reflexo,
em parte, do aperto monetário
e de uma desaceleração do crédito. Mas a maior parte do efeito da alta dos juros será sentida
em 2009, dizem.
A Tendências prevê um crescimento da economia de 4,9%
neste ano. A MB estima 4,7%.
Para o Itaú, a expansão ficará
entre 4,5% a 5%.
Leonardo Mello, economista
do Ipea, diz que o PIB neste
ano deve crescer entre 4,6% e
4,7%. Ele acredita que a economia "perderá um pouco do dinamismo" no segundo semestre, mas a projeção deve ser
mantida, apesar de ter sido feita antes da altas dos juros. É
que a maturação de investimentos já realizados e a expansão do crédito devem compensar o efeito dos juros -que
também será mais sentido em
2009, afirma o economista.
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