São Paulo, quarta-feira, 07 de maio de 2008

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Resultado não deve afetar PIB, dizem analistas

DA SUCURSAL DO RIO

A desaceleração da indústria no primeiro trimestre deve ter impacto pequeno no PIB (Produto Interno Bruto) do período e quase nulo no resultado do ano como um todo, segundo especialistas ouvidos pela Folha.
Para Marcela Prada, da Tendências, o resultado de março "foi um pouco fraco" por causa de fatores "pontuais", mas não altera a tendência de crescimento da indústria. Ainda assim, ela afirma que é possível uma revisão para baixo da previsão da consultoria para o PIB do primeiro trimestre -de crescimento de 6,8% ante o primeiro trimestre de 2007 e 1,2% ante o quatro trimestre.
"O resultado de março foi até razoável num mês de paradas técnicas em refinarias e de greve da Receita", diz Joel Bogdanski, economista do Itaú.
Por esses motivos, diz, os resultados ficaram "um pouco abaixo do esperado". Segundo ele, isso pode resultar apenas numa "mudança marginal" nas projeções, já que os indicadores dos demais setores da economia vieram fortes. O Itaú projeta alta do PIB de 6,2% ante o primeiro trimestre de 2007 e de 0,9% na comparação com os últimos três meses do ano passado.
Sérgio Vale, da MB, diz que o crédito continua farto, o que mantém a indústria aquecida. "Não dá para comparar com o quatro trimestre, quando a indústria se preparava para um Natal muito forte e cresceu acima do padrão histórico."
O economista da MB ressaltou que os investimentos continuaram a crescer, o que sinaliza aumento da capacidade produtiva no futuro.
Vale afirma que o dado do primeiro trimestre da indústria não altera sua previsão para o PIB do período: alta de 5,5% ante os três primeiros meses de 2007 e de 0,5% ante o quatro trimestre de 2007.
Tanto Vale como Prada esperam, no entanto, uma desaceleração no final do ano, reflexo, em parte, do aperto monetário e de uma desaceleração do crédito. Mas a maior parte do efeito da alta dos juros será sentida em 2009, dizem.
A Tendências prevê um crescimento da economia de 4,9% neste ano. A MB estima 4,7%. Para o Itaú, a expansão ficará entre 4,5% a 5%.
Leonardo Mello, economista do Ipea, diz que o PIB neste ano deve crescer entre 4,6% e 4,7%. Ele acredita que a economia "perderá um pouco do dinamismo" no segundo semestre, mas a projeção deve ser mantida, apesar de ter sido feita antes da altas dos juros. É que a maturação de investimentos já realizados e a expansão do crédito devem compensar o efeito dos juros -que também será mais sentido em 2009, afirma o economista.


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