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Oi diz que vai usar só tecnologia nacional e nega contrapartida
ROBERTO MACHADO
DA SUCURSAL DO RIO
Em meio à possibilidade de
ser obrigada a dar contrapartidas para a compra da Brasil Telecom, a Oi anunciou ontem
que vai trocar todo o sistema de
gerenciamento da rede fixa de
telefonia, adotando tecnologia
e fornecedores exclusivamente
nacionais. Até então, esse trabalho foi compartilhado entre a
brasileira Trópico e a americana Tekelec. O investimento total será de R$ 100 milhões.
Uma das vantagens da nova
rede para o consumidor virá
com a adoção da portabilidade
numérica -que vai permitir a
manutenção do número de telefone, mesmo com mudança
de endereço ou de operadora.
Dez dias após o anúncio da
compra da Brasil Telecom (que
depende de mudanças na lei e
de autorizações governamentais), a assinatura dos contratos
com as empresas Trópico e AsGa Sistemas e com o CPqD
(Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações), na sede da Oi, no Rio, foi
marcada por declarações de
apoio à criação da tele nacional.
O CPqD é uma fundação privada que faz pesquisas e desenvolve tecnologias de ponta em
telecomunicações -área em
que o Brasil está muito atrás na
comparação com países desenvolvidos e mesmo em relação a
outros países emergentes.
Segundo o presidente do
CPqD, Hélio Graciosa, "caso os
planos de expansão internacional [da nova operadora] se concretizem, teremos uma chance
de levar tecnologia para fora".
O presidente da Oi, Luiz
Eduardo Falco, disse que a decisão pela tecnologia nacional
não foi filantropia, mas decisão
empresarial: "É mais barato, há
conhecimento estabelecido,
engenheiros, centros de pesquisa, e o mercado brasileiro é
grande o suficiente para pagar
o custo da inovação".
Falco disse que não estava se
antecipando a eventuais contrapartidas da Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações). Na semana passada, o
presidente da agência, Ronaldo
Sardenberg, havia afirmado
que o uso de tecnologia nacional poderia entrar em uma
eventual lista de contrapartidas para permitir a operação.
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