São Paulo, quarta-feira, 07 de maio de 2008

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Oi diz que vai usar só tecnologia nacional e nega contrapartida

ROBERTO MACHADO
DA SUCURSAL DO RIO

Em meio à possibilidade de ser obrigada a dar contrapartidas para a compra da Brasil Telecom, a Oi anunciou ontem que vai trocar todo o sistema de gerenciamento da rede fixa de telefonia, adotando tecnologia e fornecedores exclusivamente nacionais. Até então, esse trabalho foi compartilhado entre a brasileira Trópico e a americana Tekelec. O investimento total será de R$ 100 milhões.
Uma das vantagens da nova rede para o consumidor virá com a adoção da portabilidade numérica -que vai permitir a manutenção do número de telefone, mesmo com mudança de endereço ou de operadora.
Dez dias após o anúncio da compra da Brasil Telecom (que depende de mudanças na lei e de autorizações governamentais), a assinatura dos contratos com as empresas Trópico e AsGa Sistemas e com o CPqD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações), na sede da Oi, no Rio, foi marcada por declarações de apoio à criação da tele nacional.
O CPqD é uma fundação privada que faz pesquisas e desenvolve tecnologias de ponta em telecomunicações -área em que o Brasil está muito atrás na comparação com países desenvolvidos e mesmo em relação a outros países emergentes.
Segundo o presidente do CPqD, Hélio Graciosa, "caso os planos de expansão internacional [da nova operadora] se concretizem, teremos uma chance de levar tecnologia para fora".
O presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, disse que a decisão pela tecnologia nacional não foi filantropia, mas decisão empresarial: "É mais barato, há conhecimento estabelecido, engenheiros, centros de pesquisa, e o mercado brasileiro é grande o suficiente para pagar o custo da inovação".
Falco disse que não estava se antecipando a eventuais contrapartidas da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Na semana passada, o presidente da agência, Ronaldo Sardenberg, havia afirmado que o uso de tecnologia nacional poderia entrar em uma eventual lista de contrapartidas para permitir a operação.


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