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BC indica que manterá o ritmo de alta dos juros
Efeitos dos gastos do governo preocupam mais Copom que desdobramentos da crise grega
Ata da última reunião do Copom sinaliza que alta dos juros nos próximos meses é necessária para colocar a inflação na meta prevista
EDUARDO CUCOLO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco Central deve manter o ritmo de aumento da taxa
básica de juros nos próximos
meses para colocar a inflação
na meta, de acordo com a ata da
última reunião do Copom, divulgada ontem.
Na semana passada, o BC aumentou a taxa, que estava inalterada desde julho do ano passado, de 8,75% para 9,50% ao
ano. O documento divulgado
ontem reforçou as apostas de
que os juros devem subir para
10,25% na reunião de junho.
Apesar dos problemas na
Grécia e em outros países europeus, o BC diz que está mais
preocupado com os efeitos dos
gastos do governo sobre a economia brasileira do que com o
ambiente externo, que ainda é
de "liquidez abundante".
Para o BC, a piora no mercado internacional ainda não
compromete o fluxo de recursos para o país. Além disso, os
preços de ativos brasileiros e
commodities, fatores que afetam a inflação doméstica, continuam se valorizando.
A instituição afirma, no entanto, que esse cenário pode ser
rapidamente revertido, o que
vai depender do "quadro de
desconfiança" do mercado em
relação à solvência dessas economias europeias.
Ao justificar a alta dos juros,
o BC diz que era preciso agir de
forma "incisiva" para evitar a
disparada da inflação. Para o
BC, apesar de a crise econômica ter sido superada, os incentivos do governo continuam estimulando o aumento da demanda, que está acima da oferta.
"A despeito da reversão de
parcela substancial dos estímulos introduzidos durante a recente crise financeira internacional, desde a última reunião,
aumentaram os riscos à concretização de um cenário inflacionário benigno", diz a ata.
Além do aumento recente da
inflação, o Banco Central vê como sinais de aquecimento da
economia os indícios de escassez de mão de obra em alguns
segmentos e a alta dos custos
de insumos para a produção.
O BC não divulga as previsões para o IPCA, mas diz que
elas estão "sensivelmente" acima da meta de 4,50% na maioria dos cenários traçados para
2010 e para 2011.
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