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Racionar em outubro indica situação grave
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O fato de o governo falar
em racionamento a partir de
outubro é a prova cabal de
que a situação energética é
crítica. Outubro é justamente o mês de início do horário
de verão, quando há uma
economia de até 7% no consumo nos horários de pico.
Teoricamente, portanto,
deveria haver uma pouco
mais de folga de energia neste mês. Um técnico do ONS
(Operador Nacional do Sistema Elétrico) disse ontem à
Folha que não estimula racionamentos voluntários em
grandes indústrias em outubro justamente por causa do
horário de verão. Maio,
agosto e setembro e, no máximo, os primeiros dias de
outubro são os períodos de
contenção.
Para um especialista, as
declarações do ministro de
Minas e Energia, Rodolpho
Tourinho, são um indício
claro de que o governo
aguarda as eleições municipais de 1º de outubro para
depois deflagrar medidas
não-populares de economia
de energia.
Já o diretor-executivo da
Abrace (entidade dos grandes consumidores de energia), Paulo Ludmer, condenou o controle de consumo
nas empresas. "Diminuirá o
crescimento da economia, a
arrecadação de impostos e
as exportações."
Ele é a favor da adoção de
um racionamento geral.
"Prefiro ter emprego e ficar
três horas sem energia em
casa." Os Estados que poderão sofrer mais com os cortes são Espírito Santo e Rio
de Janeiro. A usina nuclear
de Angra 2, por exemplo,
com capacidade de 1.200
MW, estará ainda na fase
inicial de operação em outubro.
O nível médio dos reservatórios da região Sudeste em
novembro também preocupa. Se não chover no período, como em 99, poderão ficar na faixa dos 15% da capacidade. Segundo um técnico,
a situação será calamitosa.
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