São Paulo, quarta-feira, 07 de junho de 2000


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Racionar em outubro indica situação grave

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

O fato de o governo falar em racionamento a partir de outubro é a prova cabal de que a situação energética é crítica. Outubro é justamente o mês de início do horário de verão, quando há uma economia de até 7% no consumo nos horários de pico.
Teoricamente, portanto, deveria haver uma pouco mais de folga de energia neste mês. Um técnico do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) disse ontem à Folha que não estimula racionamentos voluntários em grandes indústrias em outubro justamente por causa do horário de verão. Maio, agosto e setembro e, no máximo, os primeiros dias de outubro são os períodos de contenção.
Para um especialista, as declarações do ministro de Minas e Energia, Rodolpho Tourinho, são um indício claro de que o governo aguarda as eleições municipais de 1º de outubro para depois deflagrar medidas não-populares de economia de energia.
Já o diretor-executivo da Abrace (entidade dos grandes consumidores de energia), Paulo Ludmer, condenou o controle de consumo nas empresas. "Diminuirá o crescimento da economia, a arrecadação de impostos e as exportações."
Ele é a favor da adoção de um racionamento geral. "Prefiro ter emprego e ficar três horas sem energia em casa." Os Estados que poderão sofrer mais com os cortes são Espírito Santo e Rio de Janeiro. A usina nuclear de Angra 2, por exemplo, com capacidade de 1.200 MW, estará ainda na fase inicial de operação em outubro.
O nível médio dos reservatórios da região Sudeste em novembro também preocupa. Se não chover no período, como em 99, poderão ficar na faixa dos 15% da capacidade. Segundo um técnico, a situação será calamitosa.



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