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GLOBALIZAÇÃO
Para críticos, essas tratativas emperram negociações multilaterais
Acordo regional leva 50% do comércio
DA REPORTAGEM LOCAL
A proliferação de acordos regionais domina o cenário do comércio mundial. Em meio a críticas dos que crêem que essas modalidades de tratados comerciais
atravancam as negociações multilaterais, elas hoje já respondem
por mais da metade do volume
global de comércio exterior.
Os dados estão presentes nas
chamadas "notas de bastidores"
da Unctad (Conferências das Nações Unidas sobre Comércio e
Desenvolvimento). O documento
da organização antecipa uma série de temas que serão abordados
na 9ª Conferência da Unctad, que
ocorrerá em São Paulo entre os
dias 13 de junho e 18 de junho.
Dentro do segmento das negociações regionais, os acordos estabelecidos entre países do Sul (em
desenvolvimento) são os que têm
ganhado maior fôlego nas últimas
duas décadas.
Em 1990, a fatia de participação
de acordos comerciais entre países em desenvolvimento para as
suas respectivas economias era de
34%. Hoje, ela passou para 43%, o
que representa 11% do volume
global de comércio exterior.
De acordo com a Unctad, os
acordos econômicos regionais
"Sul-Sul" -a exemplo do Mercosul, diz a instituição- "podem
ser um útil campo de testes" para
que os países em desenvolvimento aprimorem as suas capacidades exportadoras e a estratégia de
inserção em novos setores.
Prova de que o ritmo mais acelerado de negociações à parte do
avanço das grandes negociações
multilaterais não tem atravancado a dinâmica global de comércio
vem de números da própria OMC
(Organização Mundial do Comércio). Em seu mais recente relatório, a instituição afirma que,
em 2003, o volume de comércio
global cresceu 4,5%. Esse foi o
melhor resultado desde 2000. Para 2004, a organização projeta
crescimento de 7,5%.
A despeito do entusiasmo com
o desempenho dos acordos regionais, a Unctad ressalva que as negociações multilaterais são essenciais para tratar de temas mais
sensíveis como a redução de picos
tarifários e acesso a mercado.
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